A iguana é um esplêndido réptil, dotado de uma personalidade tranquila e sociável.
Pelo fascínio que sempre exerceu sobre mim a estética magnífica dos lagartos e afins, decidi nesta série de pasteis sobre animais, incluir uma iguana.
À medida que ia executando a pintura iam ocorrendo em mim evocações e recordações curiosas, a partir das quais decidi estruturar o conteúdo desta publicação, para além da mostra da pintura.
Como nota introdutória apenas quero manifestar o meu repúdio pelo facto de termos transformado a iguana em animal de estimação. Este réptil acaba por ser vítima do seu carácter amável e da ganância e egoísmo humanos. Por ser possível o seu convívio, sem o risco de agressões e porque a ganância comercial dos agentes envolvidos no seu comércio, assim como o egoísmo de quem os coloca num ambiente que não é o seu, com exigências de rigor no seu cuidado que raramente é observado, resulta num mal estar do animal, frequentemente privado de liberdade de movimentos, da companhia dos seus iguais e dum ambiente e clima que lhe permita saúde física e mental.
Quando pretendemos partilhar a nossa vida com outras espécies devemos escolher animais cuja vida tenha garantia de qualidade nessa partilha. Cães e gatos são os mais adequados. Para quem dispõe de condições adequadas, cavalos, cabras e ovelhas também podem viver em excelentes condições. No entanto, em ambiente doméstico, resumiria as opções a cães e gatos. Gostaria que acabassem as aves de cativeiro. Bem-vindo seria o fim às gaiolas-prisão. O fim aos aquários-prisão. Peixes nos rios, nos mares e, uma única excepção para os lagos de dimensão considerável. Quanto a cães e gatos, seria bom acabar com o apuramento de raças, com o negócio de criação e promover o estímulo à adopção dos inúmeros animais que vadiam pelas ruas e povoam os canis e gatis, em condições deficientes, quase sempre aguardando destinos cruéis.
Pastel seco sobre papel negro
50x65cm – 2009
Como disse, acima, ao fazer esta pintura vieram-me à memória curiosas lembranças do auto-intitulado Rei Lagarto, o cantor do grupo “The Doors” (assim chamado, por inspiração no título do livro de Aldous Huxley, “The Doors of Perception / As Portas da Percepção”).
Jim Morrison foi um cantor, compositor, poeta, escritor e realizador de cinema de origem norte americana. Foi um dos três Jotas (Jim Morrison, Janis Joplin e Jimmy Hendrix) falecidos, todos com 27 anos, na viragem da década de sessenta para a de setenta do século passado.
Morrison incarnou o espírito da época. Deixou, com os “Doors” um legado marcante na história da música popular. Quem viu o filme “Apocalipse now”, de F.F.Coppola, não esquece o final com a canção “The end”. Quem viu o filme “The Doors”, de Oliver Stone, não esquece o percurso torturado desta figura ímpar.
Os anos sessenta viram uma grande, enorme revolução, fragmentada em muitas revoluções. Erradicando do Reino Unido e dos Estados Unidos da América, uma alteração de mentalidades que já vinha tomando corpo nos tempos de saída da Segunda Guerra Mundial, portanto na década de cinquenta, explode na década seguinte com um movimento sólido de contracultura. A música popular teve um importante papel de catalisador no movimento de envolvimento da adolescência e juventude na contestação rebelde dos valores socialmente instalados.
A atitude provocante dos cantores de Rock’nRoll de cinquenta deitaram as sementes para o aparecimento dos Beatles, dos Stones, dos Doors, Dylan e outros. Escritores como Jack Kerouac e Allen Ginsberg foram ideólogos que colocaram ideias que alastraram. As filosofias de Herbert Marcuse, por exemplo, foram incorporadas. E foram novas formas de ver a política que levaram ao Maio de 68, em França, e tantas outras manifestações pelo mundo. Novas formas de ver o ser humano, na relação consigo, com os outros e com o meio que mudou a formar de viver. A revolução sexual e a procura de novas fronteiras para a mente provocou convulsões que colocaram em causa os modelos convencionais de família que hoje ainda vivem a agonia de problema mal resolvido.
Foi o tempo dos hippies, utopia que viveu os seus tempos de glória, na relação impossível entre a vivência da comunhão com a Natureza, em plena liberdade de comportamento, e o uso, sem regras, de psicotrópicos que provocavam alterações do estado de consciência que levavam a acções descontroladas.
O fim inevitável, deu-se no início da década de setenta, com os crimes da família Manson, o canto do cisne utópico de Woodstock e a morte dos três jovens cantores acima referidos. Com o tempo, os Hippies passaram a Yuppies, de revolucionários românticos abusadores de Lsd e Marijuana, a corretores e empresários abusadores de Anfetaminas e Ecstasy. Voltámos a um mundo em crise de valores, cuja solução se procura urgentemente.
Tudo isto se mistura com a minha vida. Tudo isto influenciou, de forma marcante, as minhas experiências, com a distância e resultante suavidade com que tudo se manifestava, neste Portugal condicionado por uma ditadura que promovia uma censura pouco dada a grandes liberdades. No entanto o movimento estudantil em que vivi os “anos quentes” assimilou muito do espírito “da coisa”.
Ao olhar para a nossa realidade actual, lembrei-me de um livro que, na época, foi importante para mim, e acabei por ir buscar à estante. É um livro de 1971, de Theodore Roszak, de título português “Para uma Contracultura”. Encontrei a passagem de que me recordei, que faz parte do prefácio e que passo a transcrever:
“A resposta, segundo julgo, é que me sinto incapaz de descortinar no termo da vereda que trilhamos com ímpeto tão confiante algo que não seja os dois tristes vagabundos de Samuel Beckett (permitam-me o meu parêntesis para esclarecer tratar-se de personagens da peça “À Espera de Godot”) eternamente à espera, debaixo daquela árvore mirrada, que a vida comece. Excepto que a árvore, segundo penso, não será sequer autêntica, mas uma imitação em plástico. Se calhar os próprios vagabundos serão, afinal, autómatos… embora, é claro, com um amplo esgar programado no rosto:”
Para evocar estes tempos decidi trazer aqui um poema de Jim Morrison que ilustra tudo o que aqui foi escrito. Nunca lhe conheci uma versão portuguesa, pelo que me lancei à tarefa de o traduzir, trabalho que executei de ontem para hoje. Não está perfeita esta tradução, mas penso que cumpre a sua razão de ser, alguns pontos acima do medíocre. Quanto baste, para se perceber o que era o génio dessa pessoa que não conseguiu gerir o tempo e as circunstâncias em que tentou articular a sua personalidade com o contexto em que se moveu. Moveu multidões, teve um reconhecimento quase planetário, mas foi preso em palco, por exposição obscena, por mostrar o seu corpo. Claro que a utilização de químicos que lhe alteravam o estado de consciência não era alheia a esses acontecimentos, como não era ao conteúdo surrealista, psicadélico, mas profundamente inteligente, com que as palavras, à primeira análise, com pouco nexo, retratavam uma verdade de um tempo e de um espaço em conturbada convulsão. Um génio torturado que escreveu :
A CELEBRAÇÃO DO LAGARTO
Leões vagueiam pelas ruas,
Cães no cio, raivosos, babando-se
A fera enjaulada no coração da cidade
O corpo da sua mãe
apodrecendo no solo do verão
ele fugiu da cidade
Ele foi para sul e atravessou a fronteira
Deixando o caos e a desordem
Para trás das costas
Uma manhã ele acordou num hotel verde
com uma criatura estranha a gemer ao seu lado
O suor a escorrer da sua pele brilhante
Estão todos a seguir-me?
A cerimónia está prestes a começar.
Acordem!
Vocês não se podem lembrar onde isto aconteceu
Será que acabou este sonho?
A cobra era de um dourado pálido
Contraída e brilhante
Tínhamos medo de lhe tocar
Os lençóis eram quentes prisões de morte
E ela estava ao meu lado
Velha, não é ela, jovem
O seu cabelo vermelho escuro
A sua pele branca e suave
Agora, corre para o espelho da casa de banho
Olha!
Não posso viver através de cada lento século do seu movimento
Deixei a minha face descair
O fresco azulejo liso
Sente o bom sangue frio e picante
As suaves e sibilantes cobras da chuva
Em tempos tive um joguinho
gostava de rastejar pelo meu cérebro
Julgo que sabem o jogo a que me refiro
É o jogo que se chama “ficar louco”
Agora penso que vocês deviam tentar este joguinho
Fechem os olhos, esqueçam o vosso nome
Esqueçam o mundo, esqueçam as pessoas
E levantemos uma nova torre
Este joguinho é divertido
Fecha os olhos porque é impossível de perder
Estou lá,
Vou perder o controlo, vamos a abrir
De volta ao profundo do cérebro
De volta onde nunca há dor
E a chuva cai suavemente na cidade
Sobre as nossas cabeças
E no labirinto dos fluxos
Subterrâneo, a extraterrestre presença calma
dos nervosos habitantes das colinas circundantes
Onde os répteis abundam
Fósseis, grutas, nas alturas ar fresco
Cada casa repete um modelo
As janelas rolaram
Carros bestiais encerrados contra a manhã
Agora dormem
Tapetes silenciosos, espelhos vazios
Sob as camas de casais legítimos há um pó cego
Ferido nos lençóis
E filhas presunçosas
com olhos de sémen nos mamilos
Esperem
vai haver uma carnificina aqui
(Não parem para falar ou olhar à volta
As tuas luvas e o leque estão por terra
Vamos deixar a cidade
Vamos em fuga
E tu és a escolha para vir )
Não tocar na Terra
Não olhar o sol
Não deixar nada por fazer, mas
fugir, fugir, fugir
vamos fugir
Anda querida foge comigo
Vamos fugir
Foge comigo
Foge comigo
Foge comigo
Vamos fugir
A mansão é acolhedora no cimo da colina
Sumptuosos são os quartos e os confortos lá
Os braços das cadeiras luxuosas são vermelhos
Não conhecerás isto se não entrares
O corpo do presidente morto está no carro do motorista
O motor trabalha com cola e alcatrão
Vamos embora, não vamos longe
Para oriente, ao encontro do Czar
Alguns marginais vivem na margem do lago
A filha do sacerdote está apaixonada pela cobra
que vive num poço ao lado da estrada
Acorda, miúda! Já quase chegámos
Sol, sol, sol
Queima, queima, queima
Quase, quase, quase
Lua, lua, lua
Vou-te ter
Dentro em pouco!
Dentro em pouco!
Dentro em pouco!
Que os sinos do carnaval soem
Que a serpente cante
Que tudo aconteça
Nós descemos
Rios e auto-estradas
Viemos
Das florestas e cataratas
Viemos
De Carson e Springfield
Viemos
Fascinados de Phenix
E posso dizer-te
os nomes do Reino
Posso dizer-te
As coisas que já sabes
Ouvindo um punhado de silêncio
Subindo vales na sombra
Eu sou o Rei Lagarto
Posso fazer qualquer coisa
Posso fazer a terra parar no seu movimento
Fiz os carros azuis desaparecer
Por sete anos habitei
No vasto palácio do exílio
Fazendo estranhos jogos
Com as raparigas da ilha
Agora estou de volta
À terra dos justos, dos fortes e dos sábios
Irmãos e irmãs da floresta pálida
Crianças da noite
Quem entre vós vai correr na caçada?
Agora, a Noite chega com a sua legião púrpura
Retirem agora para as vossas tendas e para os vossos sonhos
Amanhã entraremos na minha cidade natal
Quero estar preparado
“THE CELEBRATION OF THE LIZZARD
Lions in the street and roaming
Dogs in heat, rabid, foaming
A beast caged in the heart of a city
The body of his mother
Rotting in the summer ground
He fled the town
Dogs in heat, rabid, foaming
A beast caged in the heart of a city
The body of his mother
Rotting in the summer ground
He fled the town
He went down South and crossed the border
Left the chaos and disorder
Back there over his shoulder
One morning he awoke in a green hotel
With a strange creature groaning beside him
Sweat oozed from its shiny skin
Is everybody in?
The ceremony is about to begin
Wake up!
You can't remember where it was
Had this dream stopped?
The snake was pale gold
Glazed and shrunken
We were afraid to touch it
The sheets were hot dead prisons
And she was beside me
Old, she's not, young
Her dark red hair
Her white soft skin
Now, run to the mirror in the bathroom
Look!
I can't live thru each slow century of her moving
I let my cheek slide down
The cool smooth tile
Feel the good cold stinging blood
The smooth hissing snakes of rain . . .
Once I had, a little game
I liked to crawl back into my brain
I think you know the game I mean
I mean the game called 'go insane'
Now you should try this little game
Just close your eyes forget your name
Forget the world forget the people
And we'll erect a different steeple
This little game is fun to do
Just close your eyes no way to lose
And I'm right there I'm going too
Release control we're breaking thru
Way back deep into the brain
Back where there's never any pain
And the rain falls gently on the town
And over the heads of all of us
And in the labyrinth of streams
Beneath, the quiet unearthly presence of
Nervous hill dwellers in the gentle hills around
Reptiles abounding
Fossils, caves, cool air heights
Each house repeats a mold
Windows rolled
Beast car locked in against morning
All now sleeping
Rugs silent, mirrors vacant
Dust blind under the beds of lawful couples
Wound in sheets
And daughters, smug
With semen eyes in their nipples
Wait
There's been a slaughter here
(Don't stop to speak or look around
Your gloves and fan are on the ground
We're getting out of town
We're going on the run
And you're the one I want to come)
Not to touch the earth
Not to see the sun
Nothing left to do, but
Run, run, run
Let's run
House upon the hill
Moon is lying still
Shadows of the trees
Witnessing the wild breeze
C'mon baby run with me
Let's run
Run with me
Run with me
Run with me
Let's run
The mansion is warm, at the top of the hill
Rich are the rooms and the comforts there
Red are the arms of luxuriant chairs
And you won't know a thing till you get inside
Dead president's corpse in the driver's car
The engine runs on glue and tar
C'mon along, we're not going very far
To the East to meet the Czar
Some outlaws lived by the side of the lake
The minister's daughter's in love with the snake
Who lives in a well by the side of the road
Wake up, girl! We're almost home
Sun, sun, sun
Burn, burn, burn
Soon, soon, soon
Moon, moon, moon
I will get you
Soon!
Soon!
Soon!
Burn, burn, burn
Soon, soon, soon
Moon, moon, moon
I will get you
Soon!
Soon!
Soon!
Let the carnival bells ring
Let the serpent sing
Let everything
We came down
The rivers and highways
We came down from
Forests and falls
We came down from
Carson and Springfield
We came down from
Phoenix enthralled
And I can tell you
The names of the Kingdom
I can tell you
The things that you know
Listening for a fistful of silence
Climbing valleys into the shade
'I am the Lizard King
I can do anything
I can make the earth stop in its tracks
I made the blue cars go away
For seven years I dwelt
In the loose palace of exile
Playing strange games
With the girls of the island
Now I have come again
To the land of the fair, and the strong, and the wise
Brothers and sisters of the pale forest
O Children of Night
Who among you will run with the hunt?
Now Night arrives with her purple legion
Retire now to your tents and to your dreams
Tomorrow we enter the town of my birth
I want to be ready “
Finalmente, uma oportunidade de ouvir, para que tiver a paciência de carregar os vídeos. Se gostar do primeiro, ouça os outros. Pode seguir o poema na versão em inglês.
Nota: No primeiro vídeo, a introdução, declamada, não tem os dois versos (importantes) em que se lê:
“Is everybody in?
The ceremony is about to begin”
Tenho uma versão antiga, em vinil, em que o poema está declamado integralmente. Se houver interesse darei indicações para encontarrem essa versão.
48 comentários:
Sabes que partilho da tua opinião aqui manifesta. Há bichos que não devem ser postos em nossas casas como animais de estimação e só por capricho e egoísmo associados se defende e sustenta tal atitude.
Bom, nós cão e gatos já temos. Tomara se ajustem as condições que pretendemos para que possam entrar cabras, ovelhas e um burro. Estes virão para viverem em espaço campo mais que o que temos que agora se limita a casa e quintal. Que baste portanto para os que existem mas não tanto por não suficiente para os que desejamos. A seu tempo!...
Não defendo que se mantenham bichezas em cativeiro embora reconheça que certas espécies e raças se adaptam a essa situação sem sofrimentos como se tivessem nascido para a viverem assim e ponto final. Eu por mim preferencio o convívio com seres em situação de liberdade.
A Iguana está fantástica. Já te tinha manifestado esse meu parecer. É, desta série de trabalhos, se não o, pelo menos um dos mais bem conseguidos em termos de expressão mas mais técnicos porque cumprida a exigência natural.
Quanto ao “Rei Lagarto”, marcou uma época que também foi a tua, um tempo de que também fizeste parte e influenciou-te em termos de atitude, mentalidade cultural e social de forma muito arraigada. No fundo faz parte das marcas que fazem a tua identidade. Buscamos ainda hoje como dizes soluções para tudo o que já nesses tempos foi posto em causa.
O poema que eu não conhecia e é uma fantástica revelação identitária de uma época, a tal de que se fala no resto do texto e a que me refiro como tua, de onde trazes a tua própria construção, fala de tanta coisa mas na minha leitura restringe-se a ser como que uma carta de intenções e referências dessa mesma época e tempos. Será seguramente muito mais do que isso. Eu é que gosto de tirar o sumo das palavras e limitá-las ao mínimo do que preciso para lha sentir o conteúdo.
O meu beijo para ti sempre e também como sempre aqui da cadeira do lado.
Antonior;
A minha reverência pela excelência deste post.
Um certo esnobismo levou a que a partir dos anos sessenta, fosse "Chic" ter-se animais exóticos e outros animais enjaulados, prisioneiros de "bestas" da sociedade apenas à procura de uma certa diferança que os levasse a não serem iguais, porque a importância, o status, era precisamente impor as suas diferenças...
Visto que os primeiros previcadores eram da alta sociedade, as autoridades faziam orelhas moucas e olhos fechados a essas atrocidades.
Hoje as legislações sobre a matéria nos países ditos desenvolvidos impedem verdadeiros holocaustos sobre os animais, mas restam os países em que a corrupção a tudo dá um jeito e nesses os animais de cativeiro continuam a pagar com a vida o ego cego de bestas humanas que continuam a esnobar as suas diferenças...
Obrigado Antonior, pelo combate em defesa de um Mundo animal que merece ter o seu espaço libre para o bem e bom equilibrio deste maravilhoso Planêta.
Um abraço, caro Antonior.
Osvaldo
António ,as minhas felicitaçoes por mais um trabalho com qualidade de ilustração e tradução,não gosto nem nunca gostei de répteis,iguanas entáo que repúdio,mas respeito o gosto das outras pessoas , o gosto sim ,mas com a privacidade do bicho , não é bicho para ter em casa ,nenhum dos répteis é, acho até que devia ser pruíbido o seu cativeiro,tanto cão e gatos para adotar, e as pessoas lembram-se de levar para casa semelhante bichos,não lhes gabo o gosto nem o prazer.
Já os cavalos ou burros , cabras e ovelhas sim em terreno próprio omde se mecham á vontade,afinal todos gostamos de liberdade,e eu sou defensora da Liberdade em todos os aspectos, todos somos animais ,uns racionais outros não, mas todos livres se possivel .
um abraço .
Antonior:
Cheguei a ver meninos com iguanas à trela como cães.
Tenho uma enorme aversão por répteis, mas não concordo que os prendam ou lhes façam mal.
Concordo em tudo contigo. Já tive, como disse, um pequeno mocho galego, mas não considero que o tive preso. Andava solto pela casa, mesmo com as janelas abertas não saía. Vivia connosco, mas porque queria.
Tive pássaros, mas fazia-me dó, vê-los presos. "Encarcerar a asa, é encarcerar o pensamento humano" (O Melro, de Guerra Junqueiro), está certo. Os seres com asas devem voar livres e donos de si.
O quadro está uma maravilha, mas assusta-me. É tão real!
Beijinhos daqui para aí
Antonior
Não te rias...
mas...eu tinha 117 dias úteis de férias e afinal as contas estavam mal feitas e regressei a casa...
recomerço dia 17...Sempre são mais uns dias...
Linda a tua iguana. o meu neto e toda a familia somos apaixonados por animais e temos muitos. e entre eles uma linda iguana verde que é uma grande amiga do meu Raul (neto) ele e ela entendem-se ás mil maravilhaS ...
E VAI PASSEAR COM ELE...COM SOL VAI PARA O LIMOEIRO DO QUINTAL E parece que gosta...
um beijinho para vós...
um beijinho
Antonior
Este post diz muito de como se deviam ver os animais...soltos e felizes nos seus espaços naturais.
Quanto aos dois últimos trabalhos estão espectaculares!
A pelagem do macaco...as escamas coloridas e brilhantes da iguana...um espanto.
Um beijo
Ana
Sempre um fascínio entrar aqui. O Antonior é um poço de cultura, de cuja água apetece beber.
Já não são só os desenhos que cativam mas toda a partilha de conhecimentos que faz.
Peço desculpa pela minha falta de habilidade para o comentar como merece, mas é que fico mesmo sem jeito perante o que aqui coloca.
Aproveito para agradecer os seus comentários nos meus blogs, sempre muito pertinentes. Não irei responder lá ainda, principalmente este último, por um lado por falta de tempo, e por outro porque gosto de saber as as opiniões de que comenta, sem influencia das minhas respostas.
Bem-haja!
Beijinhos
Antónior! A realidade deste pastel é bem mais genial do que foi Jim Morrison, o rebelde que partiu cedo.
não gosto de répteis de espécie nenhuma, no entanto a iguana sai um pouco desse contexto de rejeição.
No México tinha todos os dias à minha porta duas iguanas com cerca de dois metros cada uma. Para sair tinha de lhes passar por cima. E se aparentemente poderia ser uma cena horripilante, tal não era verdade já que a indolência dos seus movimentos e o olhar expectante alteravam sobremaneira a visão que delas tinha.
Esta iguana é tão real que, quem sabe um dia, ultrapassará o mito do Jim que o Pére Lachaise acolheu.!
Estás a exceder-te e quem sabe onde irás parar.
Adorei!
Abraço amigo
Acho um pecado quando vejo animais presos, o olhar triste deles é assustador.
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O quadro musical dos dias atuais não diz absolutamente nada. Uma inércia em todos os sentidos!
até mais.
Jota Cê
Olá,
Pela 1ª estou neste blog, e gostei mto do q vi, desde o material, técnica, realismo, cor, a pintura aliada à musica e à escrita. mto bom mesmo.
Vortarei mais vezes com toda a certeza, já estou como seguidor.
Se quiser dar uma passagem pelo meu blog:
www.joaomiguelsena.blogspot.com
João Sena
Concordo que os animais devem estar no seu habitat. Isso de cativeiro, não gosto. Todo o teu post é uma suprema maravilha. A tradução acho-a magnífica. Beijinhos.
a minha vénia a este post e ao "Rei Lagarto"
mas.........
os répteis provocam.me um profundo mal estar ( e repugnância )...sem excepção
,desculpem.me!
.
um beijo
Oi, Antonior.
Td bem com vcs?
Ando um pouco afastada por falta de tempo. Estou com projetos de mudança e trabalho em outras regiões e , como não posso deixar meu trabalho aqui, fico muito atarefada.
Meu tempo é curto.
Assim, qdo possível, voltarei para ler todo o artigo que aqui colocaste.
Mas... em relação ao que já li:
- Concordo contigo, qdo dizes que deveríamos respeitar os animais e somente ter perto de nós aqueles que se adaptassem perfeitamente ao meio. Mas o ser humano quer demostrar o seu poder, quer mostrar que pode dominar...
Que lástima... ele vai dominar até a natureza mostrar que ela é mais forte. E já está mostrando.
Linda pintura...parece uma fotografia.
Parabéns para ti e Girassol pelos posts e obrigada pela divulgação.
Sempre que puder estarei por aqui e por lá.
Deus os abençoe
Miriam
Olá gostei do seu cantinho e ainda gostei mais de saber que tem essa paixão pelos animais. Ninguém gosta de ser maltratado e todo o ser vivo gosta de liberdade. Quanto ás pinturas estão fantásticas. Adorei a iguana, mas amei o ancião. tem uma expressão soberba, transmite-nos paz, sabedoria. Beijócas
jim morrison era fascinante, caro antonior. e os anos 60 foram algo de maravilhoso: woodstock, o trabalho de abbie hoffman, a contracultura, a liberdade de se querer tudo e de amar sem limites, foi algo que nunca se viu antes.
neste momento, preciso um pouco de regressar ao espírito dessa época, embora nunca a tenha vivido. estou numa nova carreira de bibliotecário, estou a fazer um mestrado por motivos profissionais e estou um pouco arrependido de ter entrado no curso. viver é mais importante. como os anos 60 disseram. como muita gente diz.
grande abraço
jorge
Olá Antonior,
Espetacular!Amo Jim Morrison e a sua tradução do poema ,perfeita,para ler a alma de um tempo alucinado como os olhos parados da Iguana,que linda parece um broche imenso para uma estátua da liberdade que não há.
O casal a ser preservado O Rei Lagarto e a Iguana rainha nas cores dos teus pincéis.
Bravo!
Com admiração,
Cris
Antonior,
Desta iguana gostei das cores, do brilho e do principalmente do olhar que até parece que me fixa.
Não tenho uma particular atração pelos repteis nem repulsão mas admiro as suas cores.
Concordo com o facto dos animais viverem no seu habitat ou num parecido ou recriado como nos jardins zoológicos.
Rejeito totalmente a maneira como são utilizados os animais nos circos e nunca achei graça a um espectáculo deste.
Quanto a animais de estimação, não tenho primeiro por ser alérgica, segundo por gostar demais da minha liberdade para lhes retirar a sua e obrigá-los a mudanças constantes e "abandono psicólogico" enquanto das minhas saídas de casa.
Quanto ao poema do Kim Morrison, bem traduzido, sobre ele havia muito para dizer, talvez numa próxima ocasião...
Beijinhos para ti e para a dona da cadeira do lado...
Verdinha
Antonior: Que linda essa Iguana, selvagem e misteriosa como sempre são esses animais que nos transmitem certo medo. Porém não menos belos do que os que convivem conosco. Mas cada um no seu habitat.
Porém, aqui em casa, somos um pouco diferentes (rsrs) e não sei se não nos daríamos bem com um lagartão desses dividindo o nosso espaço ...
Belo poema, também. Hoje me detive, mais, a conhecer a coluna da esquerda... Belas pinturas, e tantas coisas a explorar. Há muito a navegar em teu blog; há muito a aprender.
Beijos
Tais luso
posso dizer-te que sou uma apaixonada eterna por doors. Os meus vinis velhinhos atestam a "adoração".
Gosto da expressividade que dás aos nossos animais, mas confesso gostar pouco destes bichinhos.
______
um grande beijo antonior e outro forte para a maria
Já assinei a petição, não tive coragem para ver o video iniciei mas não deu,é doloroso demais, por vezes pergunto-mo como podemos continuar a ser tão desumanos,até podem dizer que é atravez dos animais pue se pode estudar e descobrir medicamentos, controlar as doenças, mas que direito temos de nos servir de vidas a nosso belo prazer, como podemos acorrentar os animais tirar-lhes a liberdade, tenho duas gatinhas, mas sei que são felizes e tem espaço são animais que estão bem em casa, a minha filha tem dois caes que já meti em um poste a Diva e o Flek mas sentimos que eles estão bem não os consideramos animais mas membros da familia, agora há animais que precisam de espaço do seu habitat para estarem bem não se sentirem prisioneiros.
A tua pintura esta uma maravilha, parece que estamos a olhar para uma foto, ´tão real esta o teu trabalho
beijos
as múltiplas
faces
da
arte
[aqui]
*abraço*
Amigo, que rico e lindo post. Rico, de informação, de História, de colorido e de amor. Lindo, porque a sua pintura o é, e a lindeza decorre também de coisas que incluí no conceito de riqueza que atrás enunciei. A evocação histórica tocou-me, pois vivi essa época com intensidade. O poema de Jim Morrison, eu não conhecia. Obrigado por tê-lo traduzido. O bichano do lagarto, agora que a sua arte mo-lo mostra pelos meus olhos adentro, vejo-o mais belo, uma obra prima, que a Natureza produziu e a sua mão de artista também. Gosto desses bichos, sim. Gosto da lagartixa também. Mas pelos motivos que indicou, não o teria em casa, não. Até porque o meu Gwyn teria medo dele. E a Lai-si caçadora comia-o. Não, que horror! Mas um burrinho, gostava mesmo. E se tivesse espaço optava pelo burrico, que de burro não tem nada, isso posso eu testemunhar. Belo e rico post, o seu, amigo, como todos. E obrigado pela partilha. Abraços.
Antonior,
Este pastel está lindo, as cores são de uma grande beleza e tudo foi pintado ao pormenor.
O texto que acompanha a pintura fez-me reviver os anos sessenta, em que todos adoravam os Beatles e tentavam imitar esses amantes da natureza.
Quanto às iguanas, só posso dizer que as respeito e que, apesar de lindas, não são os animais que mais me atraem. Deixá-las no seu habitat considero o mais correcto e transformá-las em animais de estimação é uma crueldade.
Obrigado pela partilha do poema de Jim Morrison, que tão bem traduziu…não conhecia!
Um belo post, PARABÉNS!
Abraço com muita paz
Oi Antonior,
E de novo estou por aqui.
O que é bom não cansa.
Fiquei perambulando em outros sítios.
Seu blog sempre acrescenta
Bom fim de semana,
Cris
PS-Tem postagens novas nos blogs.
Aguardo tua visita e de Maria.
Minha Maria Besuga,
Opiniões partilhadas são âncoras para a estabilidade emocional tão fundamental para a sobrevivência como o ar que respiramos. Por isso tão grato é o facto de referires esta coincidência de pontos de vista.
Quanto a mim apenas insisto que animais em cativeiro, gaiolas, aquários ou outras prisões é sempre contra-natura. De facto há animais já nascidos em cativeiro, como periquitos que se vierem para o mundo exterior, contam com fracas condições de sobrevivência. Essa é a expressão clara e objectiva da sua circunstância diminuída, da sua condicão antinatural.Penso que nesses casos a atitude correcta é não alimentar o negócio desses animais. Como penso que os animais, não devem, sob seja que forma for, ser objecto de negócio.
O meu beijo, sempre. Aqui ao lado.
Caro Osvaldo,
O meu sentido agradecimento pela sua sempre bem-vinda presença neste espaço e pelas suas palavras. Pelas suas palavras que me dão a certeza de que há esperança para um mundo melhor.
Um abraço, com amizade.
Rosa,
Obrigado pelas palavras de apreço pelo trabalho e pela defesa da liberdade. Que deve chegar a todos, como o sol. Independentemente da forma como a consciência é estruturada. Porque os conceitos de racionalidade também são boa matéria de discussão.
Abraço
Maria,
Obrigado pela citação do Junqueiro que é magnífica.
Obrigado pelas tuas palavras que me apetece citar:
"Os seres com asas devem voar livres e donos de si"
Só acrescentaria que os que não possuem asas também devem voar livres e donos de si. Sem qualquer tipo de excepção. Preto no branco. Ponto final.
Beijinhos
Lili,
Desejo que tenhas tido, desta vez, um bom recomeço.
Pelos vistos a tua iguana será uma excepção que confirma a regra. Consegue viver uma certa liberdade...
Sorte a dela e a vossa de terem uma companheira dessa espécie que se adapta dessa forma.
Gostaria só de saber há quanto tempo está convosco e se a adaptação foi progressiva ou sempre linear.
Beijinhos
Ana,
Obrigado pelas palavras de apreço pela liberdade e pelo comentário às pinturas.
Beijinhos
Fa menor
Agradeço essas palavras. É sempre bem-vinda neste espaço. Só não deve é pedir desculpa por nada, porque não há qualquer sentido que o sustente. Sinceramente.
Beijinhos
Amigo Kim,
Sabes, meu amigo, não sei bem como enquadrar essa coisa da genialidade, mas por muito que me agradem as tuas palavras, sinto sempre a minha iguana um bocado pálida em comparação com aquela "coisa" que vivia no Morrison que ele não controlava e nem podia controlar. Não era o que ele escrevia. Era aquela "coisa" que o fazia escrever assim...e que inevitavelmente o levou à tragédia.
Um grande abraço para ti
Jota Cê,
Bem-vindo! É bom tê-lo por cá!
Excelentes as suas palavras. É um pecado, sim senhor! A privação da liberdade é um pecado. Não temos consciência do carácter sagrado do livre-arbitrio das criaturas da mãe natureza, dentro dos limites da não-interferência e da preservação recíproca das integridades físicas, com as inevitáveis e imperiosas excepções.
O panorama da música ligeira actual reflecte uma crise global que se vive a múltiplos níveis.
No entanto, ainda vai aparecendo alguma coisa interessante no meio de muito lixo.
Um abraço
João Sena,
Bem vindo! Obrigado pelas suas palavras e interesse manifestado.
Já passei apressadamente pelo seu blogue e também gostei muito. Tenho estado afastado, mas estes dias irei fazer uma ronda de visitas e dispensarei ao seu espaço a atenção que ele merece.
Um abraço
Paula,
Uma maravilha é esse comentário. Conciso, mas estimulante. Essa concordância alimenta a continuidade. Por vezes, como agora, torna-se dificil, no meio dos impedimentos.
Beijinhos
Liliana,
"Before I sink into the big sleep
I want to hear, I want to hear
The scream of the butterfly
(...)
What have they done to the Earth?
What have they done to our fair sister?
Ravaged and plundered and ripped her and bit her
Stuck her with knives in the side of the dawn
And tied her with fences
And dragged her down"
Também de "Strange Days", mas trocando "Moonlight drive" por "When the music's over".
É um excelente sinal a forma e o contexto em que situa a adolescência e a idade adulta. Quando se sobrevive às ondas negras, na maioria das vezes ganha-se imunidade. É como uma vacina.
É curioso que o termo "obscuros" lembrou-me o livro "Judas, o obscuro" de Thomas Hardy, que figura na coluna de livros do blogue. Objectivamente não tem nada a ver com o seu discurso, mas por vezes, as ramificações da memória pregam-nos estas partidas. Se calhar por via do pessimismo radical da escrita de Hardy.
É curioso que a evocação das memórias dos "bichitos ao colo" pinta um quadro completamente diferente. E acredito que fosse assim mesmo. Os opostos coexistem em nós. O problema, por vezes, é não querermos aceitar esse facto simples.
Um abraço
Gabriela,
A repugnância...daria para um belo tema de conversa.
Lembrei-me de Sartre, da "Náusea" e da contigência, o existencialismo ateu (Meu Deus!...), mas não precisas pedir desculpa, a repugnância pelos répteis é um direito legítimo.
Salva-se a vénia ao Morrison. Ele terá gostado, onde quer que esteja, nem que seja no Pére Lachaise, como refere o Kim. Uma vénia também ao Sartre e à Beauvoir que espreita por cima do ombro dele.
Beijinhos
Miriam,
É como dizes...a Natureza é a origem e a chave de tudo. O amor que lhe temho faz-me desejar que de facto tenha a capacidade de se sobrepor a todos os atentados que lhe fazem e impor a sua conservação.
Desejamos que esse teu trabalho te dê muitas e grandes satisfações.
Que a Luz do Mistério e da Natureza te acompanhe sempre.
Beijinhos
Laurita
Bem-vinda a este espaço.
Obrigado pelas palavras de apreço. É bom saber da sensibilidade ao direito dos animais à sua dignidade.
Agradeço o comentário às pinturas. Whitman tinha uma personalidade profunda que é impossível não marcar qualquer representação que se faça da sua pessoa.
Beijinhos
Jorge Vicente,
É um prazer receber um comentário revelador de uma visão informada e bem ligada à época referida neste post.
Bem curiosa é a alusão a Hoffman, que o "sistema" se encarregou habilmente de enterrar nos subterrâneos do esquecimento. O que é natural, tratando-se de um rebelde radical que escrevia "mimos" como o que transcrevo:
"O dicionário da lei foi escrito pelos patrões da ordem. O nosso dicionário moral diz para não nos roubarmos uns aos outros. Roubar a um irmão ou irmã está mal. Não roubar a instituições que são os pilares do Império dos Porcos é igualmente imoral"
Isto escreveu ele no "Steal this book / Roubem este livro", em 1971. Pois é amigo, já lá vão quase quarenta anos.
Quanto às tuas decisões na vida, não te posso dizer muito. Uma vida de bibliotecário lembra-me Jorge Luis Borges:
"Sempre imaginei o Paraíso como uma biblioteca"
Lembra-me também a biblioteca do convento do "Nome da Rosa", do Eco. Mas acredito que esta visão romântica não corresponda à realidade de quem vive no interior de uma.
Não deixes de aparecer e comentar.
Retribuo o abraço
Cristina
Essas palavras de exaltado apreço pelo conteúdo global do "post", na simbiose entre o Lagarto e a Iguana, são um grato corolário para a intenção com que o mesmo foi estruturado.
Também apreciei o seu regresso, o seu segundo comentário. De facto, desta vez, estive mais tempo sem publicar.
Até breve
La Vie en Vert,
É bom saber que a pintura da iguana consegue comunicar essa intensidade que referes.
É perfeitamente razoável essa sensibilidade neutra em relação aos répteis. O mais importante na nossa relação com os animais é o respeito. O reconhecimento da sua dignidade. Se todos tivessem essa sensibilidade e o comportamento adequado o mundo seria melhor. As pessoas que tratam bem a natureza também tratam bem as outras pessoas.
A questão dos Zoos é delicada. Por princípio é um conceito que não me agrada porque implica sempre um ambiente contranatura de restrição de espaço e de condições de habitat. De facto é melhor o conceito dos santuários ou reservas como existe em diversos países africanos em que as espécies estão no seu ambiente, sem restrições de maior e, o mais resguardadas que é possível da acção criminosa dos caçadores sem escrúpulos ou dos comerciantes ganaciosos. Já visitei alguns zoos melhores que outros. Mesmo sendo aqui na Europa, lembro-me de um na Holanda que era um ambiente aberto em que os visitantes percorriam o espaço em pequenos autocarros envidraçados, por entre leões, gorilas e girafas, que de alguma forma viviam sem confusão. De resto, é terrível visitar os zoos tradicionais e ver gorilas em jaulas mínimas, os répteis presos, as feras dentro de espaços reduzidos. É triste. São seres que não cometeram nenhum crime passível de castigo. Até porque, normalmente, só o homem comete crimes. Ou os animais em cativeiro. Os outros apenas cumprem os desígnios da Natureza. Dá que pensar...
Perante a tua explicação, cumprimento-te pela decisão de não teres animais de estimação. A primeira razão é quanto baste, a segunda uma atitude correcta.
Beijinhos daqui e da cadeira do lado.
Tais,
Os reptéis são animais magníficos. O ser humano tem, por razões diversas, uma certa aversão natural à sua presença. O potencial estrutural da nossa consciência, dá-nos a responsabilidade de tentar compreender as razões dessa repulsa e saber adaptar o nosso comportamento objectivamente. Afinal, é necessário evitar o contacto com animais que constituem perigo. Se não sabemos distinguir as cobras venenosas das que o não são, é boa ideia evitar todas, por princípio. Se sabemos as que representam uma ameaça e as que são inofensivas, já podemos estabelecer uma relação. Isto adapta-se não apenas aos animais, mas, na realidade, aos nossos relacionamentos com todos e tudo o que nos rodeia. É uma questão de bom senso elementar.
A questão do convívio no lar com répteis, se bem que possível, é, do meu ponto de vista, desaconselhável, não porque ponham em causa o nosso bem estar ou representem perigo, salvaguardando o que foi dito acima, mas principalmente porque tem o potencial de pôr em causa o bem estar dos animais. Trata-se, na maioria dos casos, de seres sensíveis, para os quais é muito difícil criar condições adequadas para o seu bem-estar. Por exemplo, aqui em Portugal, temos um camaleão cinzento-esverdeado no Algarve que é uma espécie protegida e muito bem. Há sanções e pesadas multas para quem os manuseia ou recolhe do seu ambiente. Já conheci, há alguns anos, casos em que os trouxeram para zonas do norte do país e os animais nunca se adaptaram. Acabaram por morrer. É terrível.
Quanto à coluna lateral, muito em breve, vou fazer uma importante actualização. Se estiveres atenta, darás por isso. Espero que os conteúdos te interessem e agradem.
Beijinhos
Maré,
Por cá também mora uma discografia integral em vinil.Em cd só o "L.A.woman". Mas também diversos documentários em vídeo. Fazem parte de uma imensa galeria de gente interessante que participou nessa circunstância de a música ligeira se ter integrado num movimento global de pensamento e atitude que deu lugar a uma rebelde contracultura que mudou a face do mundo.
O mais importante em relação aos seres de outras espécies não é tanto amá-los, mas acima de tudo, respeitá-los.
Beijinhos meus e da Maria.
Luna,
Fico feliz por teres assinado. Gota a gota se faz um oceano.
Percebo o que te aconteceu com o vídeo. Eu vi-o uma vez, com dificuldade e não tenciono voltar a vê-lo. Saber o que lá se vê já é mal-estar que baste e não se esquece. São aquelas inomináveis acções que é necessário erradicar. Outras também, mas cada uma vale o que vale. Vale aqui, como vale estar na denúncia dos atropelos aos direitos humanos. Tudo se interliga. Já disse nesta página, noutra resposta, que acredito que os humanos que maltratam as outras espécies, facilmente maltratam os seus iguais, se para isso tiverem oportunidade e/ou motivação.
Não tenho dúvida de que os animais que estão convosco recebem o carinho que merecem.
Beijinhos
Lupussignstus,
Com grande agrado registo a passagem do nobre lobo por este espaço e mais ainda que o conteúdo do "post" lhe tenha merecido as palavras que deixou.
Retribuo o abraço.
Amigo Eduardo,
Os seus comentários são sempre plenos de virtudes. Uma, e das grandes é o poder que possuem de sempre provocar um sorriso. E os sorrisos, como tudo o que é simples e não custa dinheiro, é justamente um dos bens mais preciosos que podem iluminar a vida.
Morrison era uma personalidade genial que se expressou da forma caótica, tensa e surreal que lhe conhecemos, devido ao contexto em que a sua curta existência se enquadrou. Acredito que com outro tempo, se calhar apenas MAIS tempo, teria deixado poesia clássica, profunda e original. A atracção que a poesia exercia sobre ele, levava-o a incorporar frequentemente espaços de declamação nos concertos. Era uma coisa diferente daquilo que se incorporou no léxico da música anglo-americana sob a designação de "spoken-word". Morrison tinha uma intenção e atitude poética tensa, agitada e até violenta, com um ambiente que evocava poetas simbolistas como Rimbaud, Verlaine ou Baudelaire. Claro que havia uma ponte que atravessava o tempo, quase um século, e que os unia no uso de substâncias psicotrópicas de que Morrison também usava e abusava. Tudo isso envolvido no embrulho do mundo psicadélico em que se movia deu, acredito, quase expontâneamente, a produção que ficou registada.
Quanto aos bichos, meu amigo, estamos unidos na amizade aos cães, gatos, lagartixas e compadres maiores e até, por mim diria, destacadamente, aos Jericos. Espero um dia poder apreciar a companhia de um. Gosto do sorriso franco e aberto com que nos brindam. Só é preciso acautelamo-nos em não os incomodarmos quando estamos por trás....
Um grande abraço
Canduxa,
Obrigado pela apreciação que fez à pintura.
Agrada-me a sua manifestação de respeito por uma espécie que não é da sua predilecção. Os espíritos bem formados possuem princípios que aplicam com uma lucidez que está acima do gosto ou dos impulsos.
Se achou interessante o poema do Morrison e se recorda de outros intervenientes na acção das décadas de 60 e 70, sugiro-lhe que faça umas buscas na net aos nomes que melhores recordações lhe deixaram. Reavivar tudo hoje, a quase meio século de distância, é um bom exercício para nos entendermos e no mínimo uma experiência curiosa.
Um abraço
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