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Este blogue é um espaço onde tento conjugar a divulgação do meu trabalho de pintura, através das publicações abertas a comentários, e a publicação de outras matérias na coluna lateral e nesta zona, ao alto da coluna principal.


Os assunto e conteúdos que aqui coloco, em paralelo com a pintura que faço, relacionam-se com as minhas opiniões e opções no exercício do acto de viver. Isso, como tudo, resulta de um compromisso entre livre-arbítrio e determinismo, de racionalismo e sensibilidade, de consciência e intuição, de ponderação e impulso.


Não será possível resumir neste espaço o meu pensamento acerca do mundo actual e do que é indispensável alterar para viabilizar um futuro, em que a nossa espécie assegure a sobrevivência da vida como a conhecemos, de uma forma que respeite a sua organização estrutural. Penso que em qualquer de nós tudo existe. A capacidade para fazer num sentido e no seu oposto. Cada um tem os seus conceitos de bem e de mal, se bem que há tendências mais universais. Para mim basta-me considerar por bem o que estabiliza, harmoniza, promove prazer e bem-estar, respeita e aceita e se constrói permanentemente na consciência da pertença a uma unidade global. A consciência do mal estará no extremo oposto. É uma forma simplista e não mais que um recurso para estabelecermos regras de conduta, para assumirmos a responsabilidade que os nossos recursos desmedidos para interferir no meio em que vivemos, nos confere.


A falta de um sistema político adequado para a gestão das sociedades que promova um papel social, de cada um, devidamente equilibrado no deve e haver, estabelecido no respeito sagrado pela dignidade de cada pessoa, é um sintoma de um mal que se avalia pelo exame da nossa História Universal. Se avaliarmos os registos da história política, das artes e do pensamento, verificamos que há um padrão de comportamento humano que é inerente à sua condição e que não tem mudado ao longo dos milénios. Depois vemos que tudo se repete, em ciclos. E verificamos que a velocidade das transformações evolui exponencialmente, porque tudo é um pulsar. A explosões sucedem-se retracções.


Neste momento não sabemos em que ponto estamos, mas sabemos que se não alterarmos o nosso comportamento, estaremos a construir uma destruição num apocalipse de dor e sofrimento em que a nossa arrogante inteligência fará a afirmação de ser a mais negra estupidez do Universo conhecido.




ASSINE PELA ABOLIÇÃO GLOBAL DA PENA DE MORTE

BASTA A POSSIBILIDADE DE INOCENTES SEREM CONDENADOS À MORTE PARA A ABOLIÇÃO SER IMPERATIVA


No passado dia 10 de Outubro foi o Dia Mundial pela Abolição da Pena de Morte. Duas semanas antes, a 25 de Setembro, o Brasil tinha-se tornado o 72º país a abolir a Pena de Morte do seu sistema penal, sem possibilidade de retrocesso.


Este é, ainda hoje, um tema polémico. Confrontados com a violência que espreita a esquina do quotidiano da pessoa mais serena e pacífica, e com a consciência que a divulgação mediática que existe dessa mesma violência muitos são os que apesar da sua boa personalidade cívica e humana, hesitam ou, nem por isso, antes apoiam a pena de morte como solução para conter e castigar os crimes que atingem inocentes.


Pessoalmente, expresso aqui uma opinião que assume uma série de implicações, pelo que não quero fazê-lo, sem fundamentar a minha posição e assumir a consciência desses fundamentos. Estou consciente do privilégio que representa nunca ter sido alvo de episódios de relevante violência. Consigo, talvez por defeito, mas quanto baste para entender o estado de espírito de quem sofreu sérias circunstâncias
de ofensas pesadas à sua integridade física, atentados ou até assassínios dos que lhe são próximos.Há casos e circunstâncias em que os ofendidos poderão encontrar argumentações que sustentem uma execução num caso específico. Há até casos de assassinos que querem morrer. Há muitos que até se suicidam no corredor da morte, seja pela incapacidade de lidar com a culpa ou com a desumanidade da tortura da espera. No entanto, há uma coisa de que todos temos de estar conscientes. Num determinado sistema penal há ou não há pena de morte. E temos de estar conscientes de uma outra coisa. Nenhuma lei que exista em qualquer país, para qualquer efeito, tem garantia de ser sempre exemplarmente aplicada. Os casos são julgados por pessoas e por elas são aplicadas as penas. As pessoas detêm poderes e têm interesses que, por vezes são difíceis de identificar até para os próprios porque estão nas esferas obscuras das ideologias e das afectações de carácter e que são determinantes nas decisões. Pesa, para mais, que a maioria dos locais onde a pena de morte ainda é aplicada, e onde é necessário que seja abolida, são aqueles onde os atropelos à isenta aplicação da lei são mais fáceis.


Não é defensável que estejamos vulneráveis à violência social. Sabemos que há seres humanos cuja monstruosidade de comportamento alimenta as vendas e audiências dos meios de comunicação com a evidência de que não terão a mínima viabilidade de recuperação. No entanto, defendo que as sociedades terão de encontrar métodos de prevenção e de regulação destes fenómenos que estão completamente associados à própria natureza humana e à forma como se gerem políticamente as sociedades. Acredito que um eficaz combate à miséria existencial e um sistema de educação humano e adequado resolverá uma grande parte do problema. A aplicação rigorosa dos direitos humanos, já reconhecidos, outra parte. Só que o que poderia ser fácil, não o é, e esse estado, demorará a ser atingido, se algum dia o for à escala global. Até lá, os crimes e as agressões continuarão. E a necessidade de lidar com eles, sem passar pela eliminação física do criminoso. Porque basta a possibilidade, em aberto, de um inocente condenado para inviabilizar que se possa manter uma lei que o permita. Nos Estados Unidos, onde ainda existe, como sabem, pena de morte nalguns estados, já se tem descoberto inocência, e conduzido à libertação de presos, numa espera que chega a durar 20 anos.


Perante estes factos só é possível defender a abolição da pena de morte, sem excepção do local geográfico, da natureza dos crimes, das características do criminoso ou do método de execução utilizado. É um princípio e um conceito a eliminar para atingir um mundo melhor.


Como nota final, registo o facto agradável de Portugal ter sido a vanguarda da abolição da Pena de Morte. Foi introduzida pela Reforma Penal de 1867, tornando-nos no primeiro país a aprovar uma lei desta natureza. Notável, para um país, em que em 1476, os registos reais dão conta daquilo a que chamam "uma lei mais humana" referente à decisão de D.Afonso V de proferir uma sentença em que só o marido podia matar a mulher culpada de crime de fugir ao marido, pecando-lhe na lei do casamento.


ATENÇÃO - ESTE VÍDEO MOSTRA A CRUELDADE HUMANA PARA COM OS ANIMAIS

Nos dias de hoje, só a ganância do lucro, o desprezo pelo sofrimento alheio e a crueldade para com as outras formas de vida, explicam as experiências com animais em laboratório, para fins médicos, cosméticos ou outros. No total alheamento pela dignidade da vida e pelo seu carácter sagrado, animais dotados de consciência e sensibilidade elevadas são torturados com objectivos militares e científicos, por vezes durante anos a fio, passando existências inclassificáveis. A engenharia genética que tem sido, tantas vezes, usada em más direcções, providencia afinal os meios que permitem avançar a medicina sem o uso deste tipo de práticas, mas elas continuam a ser usadas.
Impõe-se que todos os que temos consciência do mal no exercício destas práticas cruéis e que com elas não queremos pactuar, nos informemos, de quais as empresas que comercializam produtos ou medicamentos resultantes destas experiências. Felizmente o mercado actual dá alternativas para se evitar um consumo que suporte essas actividades.

NÃO À SENTENÇA DE MORTE - Não deixe o seu cão velho na rua, nas noites frias!

Chained Dogs

CLIQUE NA IMAGEM ACIMA E VISITE O SITE DA PEOPLE FOR ETHIC TREATMENT OF ANIMALS

Se tiver dificuldades com a língua inglesa faça uso da ferramenta de tradução do Google. Não é perfeita, mas permite-lhe ter uma ideia muito aproximada dos conteúdos.

MOSTRA VIRTUAL DE PINTURA

quinta-feira, 25 de junho de 2009

ESCOLHAS E EQUAÇÕES DA PINTURA CONTEMPORÂNEA

Cristojpgweb.jpg


Caveirajpgweb.jpg


Asa Negrajpgweb.jpg


Três detalhes da minha Pintura "Gólgota"


Óleo sobre tela - 138x223 cm - 2009




Nesta segunda edição de texto e imagens que faço aqui, tentarei dar uma ideia da orientação dos conteúdos que quero colocar com uma regularidade aproximadamente semanal.




Como alguns de vós já sabem, as minhas actividades actuais dividem-se, maioritariamente, entre a pintura e a fotografia. Salvo circunstâncias em que seja necessário contextualizar e/ou ilustrar conceitos e ideias e referir outros autores, as imagens que aqui irei colocar serão da minha autoria. Tal é o caso das poucas que, até este momento, por cá se encontram.



Uma das intenções de abrir esta via de contacto convosco é justamente o desejo de compartilhar, de forma cómoda e acessível, nos momentos mais convenientes, o trabalho com que ocupo o tempo da vida que percorro. Talvez a vontade de cumprir, em parte, a necessidade de divulgar, de dar à luz dos vossos olhos as ferramentas, os meios, com que tento expressar o que sinto e acredito ser uma visão, descoberta a cada momento, intuída mais que adquirida conscientemente do que são gotas do oceano, em que todos navegamos, no mesmo imenso navio. Ao fim e ao cabo, talvez apenas cumprir o objectivo da comunicação que é, na essência, o acto criativo de qualquer trabalho artístico. Chegar ao outro, emocionando-o, por meios para além da linguagem escrita ou falada .




Portanto, aqui escreverei sobre Arte. Falar sobre Arte é, deverá ser, falar da Vida. Espero que troquemos ideias acerca de tão importante assunto, porque este é um espaço aberto. Para cada conteúdo que editar, haverá todo o espaço para um confronto saudável de conceitos e pontos de vista, porque tenho consciência de que haverá demasiado em causa para receber consenso. E, além disso, todos sabemos que não há uma verdade única e científica, sobretudo quando se trata de uma matéria desta natureza, neste tempo da sua história.



Os meus quadros e as minhas fotografias são objectos mais ou menos conseguidos. Cada um deles, após a sua conclusão, deu-me uma sensação de mais um passo imperfeito na direcção de um desejo impossível de perfeição. Assim devem ser, e é dessa mistura de sentir satisfação e insatisfação, em partes casadas, que vou em frente, sempre na vontade de lá chegar. Valem o que valem, estes trabalhos, e apesar de ter pontos de vista definidos sobre os atributos da Arte, recuso-me a avaliá-los. Essa tarefa deve ser cumprida por aqueles a quem se destinam. Do meu lado, satisfaço o impulso de os criar, de uma forma despojada da ansiedade do sucesso, no sentido material, fútil e mundano. Procuro, isso sim, visibilidade e exposição à apreciação crítica.



Agora, uma palavra, um ponto de vista, que para mim faz todo o sentido, sobre o presente panorama da pintura. A pintura é uma das maiores tradições da expressão humana, acompanhando toda a sua história conhecida. Esta tradição hoje apresenta-se uma manta de retalhos múltipla, aparentemente um modelo de liberdade formal e conceptual, plena de reflexos da realidade e das vivências do nosso tempo, sendo uma correspondência sublime à elevada projecção intelectual do ser humano contemporâneo. Espero demonstrar, através dos textos que aqui irão ser editados, que há fortes razões para discordar profundamente dessa perspectiva. Direi as razões porque penso que a pintura sofreu um profundo atentado durante todo o século XX. Porque penso que o declínio a que hoje assistimos, teve início com o reconhecimento do impressionismo e do pós-impressionismo, e se instalou com a aceitação generalizada da transformação nas Artes Visuais, por alturas da Primeira Guerra Mundial, em que as novas ideias foram adoptadas pelo ensino nas Escolas de Arte, as peças que daí resultaram foram legitimadas pela Crítica de Arte e se consolidou a sua exibição nos Museus.



De facto, já no século XIX, os Pré-Rafaelitas questionavam os caminhos da Arte após Rafael. Organizados como uma Confraria Medieval, defendiam a Arte como ideal romântico, nos moldes do Gótico tardio e do Proto-Renascimento. Deixaram-nos excelentes trabalhos e foram vítimas, também eles, das mudanças da Arte Contemporânea, que desvalorizou tudo o que foi central às suas ideias.



Há já algum tempo que me dedico ao problema da definição de Arte. Entre diversas obras que consultei, destaco um livro de ensaios de Umberto Eco, escrito entre 1955 e 1963, a propósito deste tema, com o título, precisamente de "A definição da Arte", onde ele diz, na nota introdutória, que tem por objectivo, mais do que "a definição da Arte", "o problema da definição da Arte". Por outro lado, o filósofo Nigel Warburton, publicou em 2003 "O que é a Arte?" (no original "The Art question") em que fez uma abordagem mais recente à questão. Warburton tenta responder analisando a história das ideias sobre arte, precisamente a partir do pós-impressionismo, com uma reflexão sobre o manifesto de Clive Bell, "Art", datado de 1914, cujo objectivo fundamental é legitimar a pintura de Cézanne, elevando-a ao nível de clássicos, como Leonardo e Miguel Ângelo. O título original da obra era "A nova Renascença", e foi o início do que o próprio Clive Bell, veio mais tarde a chamar "a batalha do pós-impressionismo", valorizando-o através da afirmação "a arte é forma significante". Percorrendo as ideias e conceitos de todo o século XX, Warburton não tem uma resposta, no final do livro. Acaba rendendo-se e rendendo-nos, nessa leitura, ao facto mais aceitável de não haver definição para o termo "Arte", não apenas em termos de apreciação visual, mas também numa perspectiva relacional e não visual. Já Umberto Eco, num dos últimos ensaios, em 1963, encontra, de forma brilhante, algumas âncoras para racionalizar a inquietante impossibilidade de uma definição objectiva.




Diz:



" É possível que, face à obra, eu compreenda os valores que ela me comunica e que, no entanto, não os aceite. Em tal caso posso discutir uma obra de Arte no plano político e moral, e posso rejeitá-la, contestá-la, justamente porque é uma obra de Arte. Isto significa que a Arte não é o Absoluto, mas sim uma forma de actividade que entra em relação dialética com outras actividades, outros interesses, outros valores. Face a ela, na medida em que reconheço a obra como válida, posso fazer as minhas escolhas, eleger os meus Mestres. A tarefa do crítico pode ser também e especialmente esta: fazer um convite à escolha e à descriminação. "



Nesse ponto de vista, que não tem qualquer conflito com as minhas convicções e sensibilidade, sobre este assunto, falarei adiante, nos próximos textos, sobre o que penso de diversos movimentos artísticos, nomeadamente a chamada Arte Moderna e Pós-Moderna nos seus, alegadamente, mais revolucionários e importantes movimentos libertadores, como o Expressionismo Abstracto, Fauvismo, Cubismo, Minimalismo, Op-art e essa instituição contemporânea chamada Arte Conceptual. Falarei de autores como Caravaggio, Durer, Cranach, Vermeer, Velázquez, Rafael, Leonardo, Rubens, Rembrandt e de outra forma usando a liberdade, com todos os riscos implícitos, de dizer o que alguns considerarão sacrílego sobre "monumentos" consensuais como Cézanne, Picasso, Matisse, Pollock, de Kooning e Rothko.



Até lá, deixo-vos com detalhes de uma pintura minha de título "Gólgota". Na próxima semana editarei aqui a imagem completa do quadro. E direi porque penso que aquela que é considerada pelos conceitos modernos, a circunstância que mais desvaloriza a expressão figurativa de moldes clássicos, o chamado carácter "derivativo" em que a obra enferma de um estigma de cópia, plágio, ou seguidismo, não contendo, portanto a indispensável característica de conter algo de "novo", não é um inconveniente, mas antes uma virtude, e porque não lhe são atribuíveis os aspectos negativos referidos.



Em rodapé, a fechar este texto, está uma foto de um elemento do espólio do Mosteiro da Batalha, deslumbrante exemplo gótico da nossa terra, que fiz no passado fim de semana.



Figurabatalha jpgweb.jpg

31 comentários:

mariabesuga disse...

Pois interessante seria que daqui nascesse lugar a discussão de ideias. A Arte está cada vez mais mergulhada num mar de conceitos em que “nos” afundamos ao irmos atrás do que, de certa forma, nos é imposto, se deixarmos, claro.

A crítica terá as suas razões para trazer ao colo alguns conceitos que exacerbadamente defende. Mais não seja pelo favoritismo, pelo facilitismo… Mas há situações que nos são apresentadas como obras de arte em termos de conceito e são não mais que barbaridades. São contra-natura.

Casos em que se expõe o processo de morte de um animal, por sinal o melhor amigo do homem, em que a atenção do visitante é desviada para o que se defende como conceito… e todos passam “de frente”, mirando, observando em tempo real, o tempo em que o animal definha por não ser alimentado. Com o intuito de ser apresentado como obra de arte (talvez o “ARTISTA” pudesse ter defendido o seu conceito com a sua própria figura). Isto satisfaz que propósitos?!... Consegue haver conceito que sustente a realidade que se nos apresenta como peça de arte?!...

Poderia questionar outras situações mais aberrantes que recebem prémios pelo conceito. Mas… é isso arte?!?!?!...
- O artista arrota… É ARTE?!...
- O artista coça-se… É ARTE?!...
É?!?!?!...
OU NÃO?!?!?!...

Tomara que do trabalho que aqui apresentas e a que prometes dar continuidade nasça uma linha de “discussão” que de forma saudável abra espaço para pôr em causa tanta da chamada arte.

BjAmor
mariabesuga

poeta_silente disse...

Antonior
Como não sou conhecedora de arte, tenho apenas duas considerações a fazer:
1- Nunca o artista sente-se satisfeito com sua criação. Pois, na realidade, pensamento criativo e ação criativa se debatem entre os meios e ferramentas que usamos para criar. Podemos ter uma idéia sobre o que queremos criar, trabalhamos a idéia, mas, ao final, falta alguma coisa que não está ali... falta a complexidade do nosso pensamento criativo que se choca com a imperfeição do nosso ser material, que precisa usar ferramentas materiais.
Muitas vezes, ao tocar em público, sinto que minha ação criativa foi capenga. percebo falhas que o público não percebeu. Mas... esta é a razão pela qual o artista está em constante criação... quer completar aquilo que começou com a primeira obra... e esta "imperfeição" leva-o à uma constante atividade criativa, que deleita os olhos de quem vê (ou ouve).
2- Agradeço pela oportunidade de aprender sobre arte. Pois, embora tenha estudado História da Arte, quando dos meus 3 anos de Arquitetura, nada me lembro e nada ficou. Falta-me esta cultura magnífica que faz com que façamos parte de uma humanidade criadora. E, com certeza, aqui estarei a cada post, faminta de conhecimentos.
Deus abençoe a ti e Girassol.
Abraços
Miriam

Anónimo disse...

De facto acho que falar de artes sem grandes conhecimentos das mesmas,nâo será boa ideia ,mas para quem entender bem do assunto ,acho que é muito oportuno a descussâo,até porque nos ajudará a perceber artes ao ler-mos os comentários,sei que gosto muito do que vejo Maria, mas daí a saber falar ou criticar á uma grande diferença,eu sou apenas grande apreciadora, por tanto digo de coraçao,continuem, mas continuem mesmo,a arte é para os artistas, e voces sâo ARTISTAS.Beijinhos

Fragmentos Betty Martins disse...

._______querido Antonior





é simplesmente______admirável a tua ARTE


____por agora só deixo mesmo estas palavras


.mas volto mais logo para fazer um comentário______como o teu trabalho "exige"




até já:=)





beijO_____ternO

Isabel disse...

Antonior, por engano deixei o meu comentario a este post , no post anterior - o tempo e o espaço- e é com muito gosto que participo neste debate de ideias.

Fragmentos Betty Martins disse...

.______querido Antonior





estou perfeitamente de acordo_____com o comentário da m
mariabezuga

vê-se tanta barbaridade em "nome da arte"_______que às vezes me questiono:

o que é que eu andei a fazer tantos anos em Belas artes?



___________///




mas vendo os teus trabalhos______são de facto apaixonantes


ISTO É ARTE!!!





muitos parabéns por estas excelentes obras





...







beijO_____ternO
bFsemana

Francisco Vogado disse...

António
já li, aqui neste mesmo blog, o comentário - com o qual concordo - de que não se deve falar, do que não se conhece; ou pelo menos, os cuidados na escrita, devem ser redobrados, penso eu!
Mas não resisti... a minha imperfeição, não me deixa ser indiferente, ao mundo dos meus amigos.

Porque me refiro, a temas que não estudei(Pintura Moderna) - mas que quero compreender - cuja "linguagem" não pratico - mas às vezes me fascina -que não sei identificar no meu mundo - mas à qual não posso ser indiferente - sinto que o meu "dizer", no limite, corresponderá apenas, à vontade de marcar presença.

Imagina que uma multidão de gente diversa, multiforme, multicultura, teria a oportunidade de observar algumas das tuas obras, durante 5 minutos. Resguardado nos teus afazeres, ocasionalmente tu observas essa multidão, os seus olhares, os seus tiques e comentários.
Pergunto-me se o resultado dessa "observação" iria influenciar-te mais a ti, na tua forma de ver mundo, ou se seria a multidão, que passaria a ver o mundo,(através das tuas obras) de uma forma diferente?

E para terminar, questiono-me se não será na fronteira entre este "poder da influencia" que deveríamos discutir a Arte (pintura ou outra. Afinal a Arte, é um fim em si, ou apenas uma forma de expressão, de fala, de diálogo, de construção da paz e da harmonia entre os homens?

Francisco Vogado

antonior disse...

Começo por agradecer a todos as respectivas presenças e as opiniões manifestadas.

Vou iniciar uma forma de gestão de resposta aos comentários, que devido ao modelo de interacção que aqui se promove, do meu ponto de vista, faz sentido.

Em vez de responder ao publicar novas matérias, para de alguma forma, dar por concluído o período mais activo da publicação anterior, passo agora a intervir mais amiúde, e tantas vezes quantas as necessárias para assegurar uma interacção, lógica, dinâmica e de leitura cómoda que permita seguir com fluidez as trocas de ideias que se forem processando.

Considerando que todos os que aqui se envolvem com empenhamento generoso do seu tempo e energia intelectual são interessados nos caminhos da Arte e lhe reconhecem um papel importante no exercício do acto de viver, certamente daremos por bem empregue o tempo em que cruzaremos as nossas sensibilidades e convicções, no sentido de alargar o horizonte do entendimento, descobrindo respostas em novos pontos de vista, que abrirão portas para formular mais e mais importantes perguntas.

Seguidamente, irei responder, um a um aos comentários que já foram colocados....

antonior disse...

Minha querida Maria Besuga,

A tua manifestação expressa aquilo que para mim é fundamental.

Dás-me o ensejo de dizer uma coisa importante, mas sei (só tu e eu sabemos, outros confiarão ou desconfiarão), que não vieste cá para me facilitar a vida, mas para expressar a tua opinião genuína,facto que te agradeço. Apoiamo-nos, mesmo quando discordamos, e não mantemos a ilusão da concórdia como forma de apoio.

O que quero dizer é que ao expor as coisas, da forma como foram colocadas no texto publicado, não tenho intenção de promover nenhuma cruzada, no sentido de arrastar a arte dos séculos XX e XXI por um lodaçal, em que tudo fica sujo, por não respeitar princípios anteriores. Não, felizmente, defendo muito e muito do que foi feito durante esse período e muito do que está a ser feito (senão pararia eu próprio, que também sou um produto dos tempos que correm). Digo defendo, porque há que fazer uma distinção clara entre o gostar de um objecto e considerá-lo uma obra de Arte meritória dessa consideração. Quero com isto dizer que até gosto de algumas peças como objectos estéticos, sem que lhes reconheça o conteúdo que justifique a sua colocação num patamar de realce que sustente e legitime a atenção, a exposição e a valorização material e subjectiva que a Arte tem merecido ao longo da História da Humanidade, justamente por lhe servir de relato supra-linguístico das realidades interiores, dos estados vivenciais, expressos por aqueles dotados de engenho e arte para o realizarem, num qualquer suporte. Dir-me-ão que esse é o papel que a arte actual representa no panorama que vivemos. Dar uma visão da complexidade deste momento histórico. Direi adiante, numa das próximas respostas porque discordo.

Sobretudo, e para finalizar esta resposta, o que me preocupa não são os caminhos e as linguagens adoptadas, as opções formais, mas o campo que abriram para um oportunismo praticado por ditos artistas, sustentados pelas estruturas que validam e legitimam como produtos genuínos, em detrimento dos que ficam na sombra sem oportunidade possível, roubados aos olhar e demais sentidos de todos. Validados e legitimados em nome de interesses e favores, de facilitismos, comodismos, lucros e mercantilismos totalmente divorciados do conteúdo humano, humanista, misterioso na sua condição espiritual que deve ser atributo da Arte. Nessa banalização do objecto de Arte, assistimos à sua Morte. Para contrariar esse caminho, estamos aqui.

Um beijo com carinho

antonior disse...

Miriam,

É verdade, quem cria com um objectivo que não se esgota na perspectiva de vender e da compensação material, vive um processo de procura de realização, de ultrapassar a frustração de não conseguir comunicar aquilo que sente, que intui e para o que as linguagens comuns não chegam.
Na demanda desse Graal que, por vezes, preversamente, mais se afasta, quanto mais se avança, procuras tudo o que está ao teu alcance para caminhares no sentido do teu ideal de perfeição.
Procuras saber mais e educares-te no sentido de melhor dominares a composição e os aspectos formais. Tentas um aperfeiçoamento técnico no conhecimento dos materiais e dos métodos de uso e aplicação para te poderes expressar numa correspondência entre o que sentes e o que vês no resultado que obtens.

Foi nesse caminho que, acredito, todos caminharam quando realizaram as obras que nós que somos alheios ao seu processo interior (só conhecemos o nosso), consideramos trabalhos acabados e inquestionáveis. Quanto aos nossos, os outros farão justiça ou injustiça, que esse também é um conceito pouco pacífico...

Vem sempre dar-nos o teu comentário. Sabes que é bem-vindo....

Abraço

antonior disse...

Saudações à minha cunhada Rosa!

Sê bem-vinda! Esta é sempre uma porta aberta para as tuas palavras e opinião.

Só te agradeço é que sempre, mas sempre te identifiques. Mesmo que entres como anónima, assina. Com o teu nome ou de qualquer forma que te possamos atribuir a autoria do que te pertence e cuja responsabilidade, eu sei, reclamas para ti. Sabes que entradas anónimas são sempre entendidas por quem as vê do exterior, com alguma má intenção e cobardia, levando a equívocos de má leitura, com interpretações em que se vê o sentido de crítica maldosa, expressa ou velada, naquilo que foi escrito noutro sentido.

Posto isto, digo-te o seguinte: - compreendo a tua relutância em opinar acerca de um assunto que não dominas. No entanto terás alguma opinião acerca daquilo que vês. Com Arte, ou aquilo que te é dado a entender como Arte, lidas e cruzas-te todos os dias, em locais públicos e privados. A Arte faz parte da Vida e é Vida.

Todos nós, independentemente dos conhecimentos e formação que temos em qualquer assunto somos, desde que disponíveis, capazes de intervir com valor no esforço do esclarecimento. Ao lado da opinião do académico, dedicado estudioso, reconhecido pelas descobertas feitas sobre a matéria, o parecer de quem observa de fora, como pessoa de outras actividades e interesses, tem esse mesmo significado. Tem o valor de permitir a relação do estado de um conhecimento específico com o global da sociedade. Por isso não há que ter receio de fazer má figura. Cada um dá o que está situado na sua realidade e disso deve-se orgulhar. Todos nos devemos orgulhar do que somos, desde que não usemos o nosso livre-arbítrio para fazer aos outros o que não queremos que nos façam a nós. E isso sei que não é o teu caso. Pelo contrário. Só tens motivos de te orgulhar de chegar aqui e dizer, de cabeça erguida, o que pensas da Arte que vês, sem receio de isso estar ou não politicamente correcto. Sem te preocupares de ser ou não asneira. Nunca será asneira, mas aquilo que o que vês representa aos teus olhos. E terá esse elevado valor.

O mais importante numa intervenção seja de consciência política ou expontaneamente social é que seja genuína (por isso os agrupamentos sejam clubes, associações de qualquer tipo, que congregam as pessoas em volta de regras específicas, dogmas ou ideologias limitam o grupo em proveito do(s) líderes e despromovem a dignidade do indíviduo) honesta, transparente e humilde. Humildade não deve ser confundida com subserviência, mas sim com ausência de arrogância de qualquer tipo, intelectual ou de assunção de poder, material ou psicológico. Esses são os atributos que realizam o nivelamento de valor entre o contributo mais esclarecido à luz da ciência de uma matéria e o que a ignora por completo.

Por isso, por favor, vem e fala-nos de Arte. Sempre.

Um beijinho

antonior disse...

Olá, Betty!

A circunstância feliz de te identificares, assim, sem mais, com o conceito básico do que foi exposto, deixa-me o curto espaço de me congratular por isso, e de te fazer apenas um comentário ao lamento que expressas, no que se relaciona com a tua formação em Belas Artes.

Penso que foi, seguramente, proveitoso. Avaliando os trabalhos que se mostram no blogue e a opinião que tens sobre o estado das coisas, nada se perdeu. Pelo contrário.

Agradeço-te a opinião que deste sobre o meu trabalho. Irei publicando mais quadros e fotografias. É importante que faças sempre uma análise crítica despreocupada das sensibilidades circunstanciais que rodearão a sua recepção.

Gostava de conhecer os teus trabalhos actuais, de forma cronológica e com uma apresentação correspondente à presença do objecto real. Estão dessa forma disponíveis nalgum local da net em que possam ser vistos?

Vem sempre e não deixes de nos confrontar com as particularidades específicas da tua opinião, em relação a questões de detalhe, que se prendam com o que estiver em discussão.

Sabes que o teu ponto de vista é bem- vindo.

Um beijinho.

antonior disse...

Olá, Isabel!
Agradeço-lhe a sua presença aqui.
Compreendo a sua opinião em relação à liberdade na Arte.O mais importante não está na essência desse relacionamento com a execução, mas no facto de essa aparente liberdade permitir o uso de espartilhos. Exerce uma ditadura de expressão que não apenas condiciona e confunde o acto criativo, como abre espaço a grandes atropelos e oportunismos que transformam o mercado da Arte, frequentemente, numa legitimação grotesca de trabalhos insignificantes. Isso tende a conduzir a uma agonia da Arte, que nenhum de nós deseja.
Como já disse, não empreendo nenhuma cruzada contra a Arte actual. Penso que, felizmente, há grandes obras a serem feitas hoje. Algumas conhecidas, outras absurdamente ignoradas. A tempo darei alguma informação acerca de grandes pintores dos nossos dias que não são do conhecimento público. Tem sido feito ao longo do período que refiro como o processo de decadência da pintura, muito bom trabalho. Muitos figurativos, de linha mais ou menos clássica, executaram grandes obras. Pode-se ter uma análise crítica a L. Freud mais reservada nuns trabalhos, menos noutros, mas é um talento indiscutível que ficará na história da arte deste tempo. Algum trabalho impressionista e pós-impressionista também é interessante. O problema não está no conceito em si, mas nas possibilidades que encerra. Como a teoria da relatividade de Einstein. Quando foi desenvolvida tinha em si todo o potencial, o bom e o mau. Abria espaço para a possibilidade de alterar a nossa relação com o tempo. No fim levou aos princípios de física nuclear que permitiram o fabrico da bomba atómica. De facto, o que se verifica é que muitos pintores, altamente cotados na história da pintura recente, mau grado o seu grande e indiscutível talento não resistiram à facilidade de degradar a linguagem e conteúdo criativo dos seus trabalhos. Isso aconteceu com a pintura estrangeira e com aquela feita entre portas. Pessoas de grande capacidade aproveitaram o facilitismo das novas linguagens para produzirem muita pintura, com pouco esforço e grande retorno material. A mina da arte conceptual e das ditas instalações é um exemplo para reflectir. Acredito que qualquer pessoa é capaz de debitar, em 10 minutos, um conceito semelhante aos que se encontaram muito valorizandos, faltando depois apenas o espírito empreendedor e o conhecimento dos mecanismos de produção, para fazer coisas que a crítica poderia pôr nos píncaros, desde que fossem da autoria de um Nome instalado.
Depois, tudo isto é regido por mecanismos estranhos. Não digo que tudo o que é figurativo e, mais ou menos reconhecido é interessante. Por exemplo, prefiro, pese tudo o que já disse, algum trabalho de Bacon a coisas de David Hockney, mesmo, ou sobretudo, quando é mais rigoroso no figurativo.
Só uma nota final a propósito de Richter, que referiu. A primeira vez que tomei contacto com o trabalho dele foi através de uma fotografia. Uma imagem muito conhecida, de 1966, com o título Ema (nu a descer as escadas). Achei interessante. Aliás na altura eu tinha um apreço muito grande pelo expressionismo abstracto, gostava de “action painting”, admirava o trabalho de Pollock, onde até conseguia ver a tragédia da sua vida conturbada, na gestualidade dos “drippings” ,e o caos transcendental, nos espaços escondidos nas linhas, que se cruzam, nas suas telas desmesuradas. O tempo passa e nós caminhamos nele, ou com ele. Hoje, continuo a achar interessante a fotografia de Richter, mas não posso dizer o mesmo de toda a obra. É um autor prolífero, multifacetado, que, do meu ponto de vista, vai do interessante ao totalmente destituído de conteúdo e interesse. E isso só acontece porque não sente necessidade de se concentrar, de ser exigente consigo. Tudo o que faz tem cotação no mercado que o rodeia. Mas não tenho dúvida de que é um criador dotado de grande talento. Apenas, nem sempre o usa.
Isto são opiniões. Por favor não deixe de contrapor. Certamente avançaremos na revisão de alguns conceitos. Apareça e não deixe de dizer o que pensa.

antonior disse...

Caro Francisco,

Antes de mais, obrigado por corresponderes a este desafio com a tua sempre valiosa presença.

Quanto à questão da preparação técnica para intervir, penso ter dito o que penso na resposta à Rosa. Em diferentes graus e especificidades, todas as opiniões sentidas e genuínas são plenas de legitimidade, fazem um absoluto sentido e são um igual contributo para uma visão global das questões em causa.

De resto, a forma como colocas as coisas nas segunda metade da tua exposição é lúcida, precisa e até sagaz, no melhor sentido.

Respondendo ao teu terceiro parágrafo, penso que o aspecto circular e recíproco, das influências entre o meio e o agente, tem importância para determinar o sentido em que a acção corresponde, ou pelo menos é sensível, aos atributos do meio, acabando por o reflectir, e dando ao meio a ilusão de se transformar, num simples acto de narcisismo, ao contemplar a sua própria imagem. Aplicando isto à Arte, diríamos então que o estado da Arte, hoje mais não é que um sinal dos tempos, um reflexo do que vivemos. Portanto, se vivemos uma época enferma de diversas maleitas, de completa crise de valores, que se observa facilmente no comportamento público de quem está exposto, e se descobre à medida que vêm a lume as consequências desastrosas do que é feito na sombra, e se ignora aquilo que está nas trevas, deduz-se que a Arte para ser genuína deve partilhar as mesmas taras?! É com isso que não me conformo. Penso que devemos fazer a nossa existência consequente. Mais não temos que o nosso livre-arbítrio que nos dá a capacidade de intervenção. Não acredito na eficácia de revoluções orquestradas. Acredito no efeito da palavra divulgada, da atitude e das ideias, sem peias nem travões, nas convicções orientadas por ideais puros.

Numa leitura a direito do que questionas e com uma resposta igualmente recta, direi que imaginando essa situação que referes, acredito, sem estar a viver a situação, logo numa convicção especulativa, que o efeito do comportamento da multidão a observar os meus trabalhos, mais do que influenciar as minhas opções futuras, provocaria algum esclarecimento na minha consciência da avaliação e sensibilidades externas à minha comunicação. Mesmo assim, seria de um grupo específico, deixando sempre espaço aberto para outros grupos terem comportamento diferente e afirmando a impossibilidade e carácter idesejável de se imaginar um comportamento padronizado.
Assim, mesmo considerando a possibilidade de este tipo de reflexões poder causar algum tipo de alterações em mim, a teia de implicações deixaria, eventualmente, tudo no ponto de partida. Quanto à alteração que a exposição, a observação de um trabalho visual, ou alargando, sensorial (pode ser música, por exemplo), provoca sempre qualquer efeito no observador. No entanto, a transformação é sempre operada por dentro, com a matéria de si próprio, da sua identidade e carácter, onde o conteúdo observado ou sentido tem um efeito dialéctico, cuja síntese leva a uma alteração. De facto tudo é feito com a própria matéria do indivíduo.

No que respeita à questão final, entendo a Arte como registo e comunicação. Não como um fim em si. Faço uma citação, com que concordo:

“isto significa que a Arte não é o Absoluto, mas sim uma forma de actividade que entra em relação dialética com outras actividades, outros interesses, outros valores.”
Umberto Eco

Fico à espera de mais intervenções tuas.

Um grande Abraço

vieira calado disse...

Gostei muito
desta amostra de
pintura, pós-impressionismo.
É pura arte!

Imprevistos e Acasos disse...

Caro Antonior
Gostei particularmente das imagens do seu blog. Fico com curiosidade em vê-las em tamanho natural, pelo que lhe pergunto se fará alguma exposição em breve.
Sou de História e sempre guardei um cantinho especial para a arte, numa paixão de longa data pela História da Cultura e das Mentalidades.

Vou voltar, pode acreditar.
Um abraço
Fernanda

Unknown disse...

Antonior
Boa iniciativa. A falar é que as pessoas se entendem, e a escrever também. Um debate como este é sempre bem-vindo e muito apreciável. Representa uma forma de intervenção dialéctica e em Liberdade e Democracia o confronto de ideias e de opiniões é fundamental e incontornável.

Acresce que me pelo por estas coisas. Adoro polémicas, adoro esgrima, adoro pugnar pelo que entendo ser a troca, excelente, de conhecimentos, de experiências, de saberes.

Sendo um apaixonado pela Arte, sou, especialmente, um adepto entusiástico da que se expressa graficamente. Não posso deixar de aqui expressar o meu entusiasmo pela Pintura. Eu até já ganhei a vida a fazer cartoon. Mauzito...

Registo o que saiu da tua paleta, através do pincel ou da espátula. Registo e gosto. Não bato palmas porque me parece despiciendo. Gosto, nem muito nem pouco. Gosto.

O tema traz-me à colação um Homem que admiro: Amadeo de Souza-Cardoso. Um precursor da Arte Moderna, cuja morte prematura ocorreu quando tinha apenas 31 anos de, idade vítima da então perigosa pneumonia. Assim, não viu a sua obra reconhecida.

Os homens dificilmente aceitam os novos processos, os novos modos de expressão. Todos os precursores sentem na pele essa rejeição do novo. Frequentemente, são objecto de reconhecimento e apreciação – a título póstumo…

Amadeo depois de participar numa exposição nos Estados Unidos, em 1913, voltou a Portugal, onde teve a ousadia de realizar duas exposições, respectivamente no Porto e em Lisboa, causando escândalo entre os cidadãos politicamente correctos.

Os seus quadros foram (mal) criticados, ridicularizados e até motivaram confronto físico entre críticos e defensores da Arte Moderna.

Paulatinamente, à medida que os preconceitos em relação ao modernismo foram sendo afastados, o nome de Souza-Cardoso ganhou a devida importância em Portugal. No estrangeiro já o fora.

Para nós, Portugueses, o que vem de fora é sempre o melhor. Leia-se o Eça e o seu Jacinto de Tormes. Amadeo era um revolucionário da Arte, um visionário, vivia fora do seu tempo. Tal como muitos outros, pagou um alto preço por ver mais longe.

O exemplo destino-o apenas a corroborar o que escreves e aplaudir a tua iniciativa que entendo interessantíssima. Vai em frente, Amigo. Tenho o maior gosto em te acompanhar.

Abs

Fá menor disse...

Apreciei!

A arte não é para todos os olhos... nem todos a entendem. é preciso saber olhar!

Tais Luso de Carvalho disse...

Olá Antonior:

Ótimo seu texto sobre o que vem a ser arte. Acho, porém, que nunca chegaremos a um denominador comum.

Podemos mudar o conceito, estudando e aprimorando o gosto, mas sempre será um assunto polêmico. Enquanto uns acham que tudo é arte, outros acham que nem tudo... Só por isso já é algo apaixonante.

Obrigada pela sua visita e seu comentário; creio que falamos a mesma língua, rsrs. Freqüentarei seu espaço com muito gosto, também.

Abraços
Tais luso

Kim disse...

Eu nem sei bem o que dizer da palavra ARTE, tão cheia de significado ela é.
Há muitos anos que me habituei a lidar com ela todos os dias.
Apesar de tudo sinto que ARTE é tudo aquilo de que gostamos.
Parabéns!

Fragmentos Betty Martins disse...

.______querido Antonior




desde sempre se discutiu sobre arte – sobre a sua definição e as razões da sua grandeza

.é muito frequente os artistas e especialistas defenderem ideias bastante diferentes – originando assim algumas divergências. por exemplo: quando o pintor francês Manet discordava de um crítico chegava ao ponto de o desafiar para um - duelo!

.ora existem de facto numerosas questões controversas – sem contudo se possuir respostas certas ou erradas

todos temos gostos e opiniões diferentes de modo que cabe a cada um de nós decidir o que pensar. algumas pessoas consideram que a arte deve ser bela ou realista – enquanto outras pensam que é mais importante captar um estado de espírito ou um sentimento

isto dito de uma forma muito “simplista”______por vezes são os “olhos” de quem vê (uma determinada obra)______que formaliza uma complexidade________que nela não está existente
______________________///


em relação aos meus trabalho – tenho no “Fragmentos” o link “Betty Martins Gallery” só tenho aí de momento______porque não tenho tempo

______tenho imensos trabalhos feitos – uns que já passaram pela exposição – outros estão a ser preparados para uma próxima exposição - e irei lançar um livro com todos os meus trabalhos. tudo isto requer tempo________e por vezes falta:=)

_____mas vou fazendo os possíveis




...






beijO____ternO

antonior disse...

Caro Vieira Calado,

Obrigado pelas palavras de apreço.

Venha sempre e comente. A sua presença é bem-vinda.

Abraço

antonior disse...

Olá, Fernanda!

Seja Bem-vinda!

É muito agradável saber que gostou da pintura. De facto, a História sempre tem uma leitura do percurso da Arte. Gosto de História e, na escola tinha uma boa relação com a disciplina. Um conhecimento básico, mas organizado, da História Universal, permite-nos compreender melhor os acontecimentos dos nossos dias e contextualizar a nossa condição humana.

A última exposição teve lugar entre Abril e Maio e agora estou à espera de um novo local, mas não é fácil. São quadros de grandes dimensões (há um tríptico com quase 4 metros de largura). Acresce que é uma pintura dificil de arrumar nas correntes tradicionais com que habitualmente se povoam os espaços tradicionais de exposição.

De qualquer forma será, seguramente, uma questão de tempo. Quando acontecer, convido-a, com todo o prazer, para a inauguração.

Venha sempre, e não deixe de comentar o conteúdo do texto. Penso que não preciso de dizer que as discordâncias são tão bem recebidas como as concordâncias. E o ponto de vista numa perspectiva estética, histórica e conceptual será certamente enriquecedor.

Um abraço

antonior disse...

Saúdo a tua presença, Antunes Ferreira!

É como dizes. Gente de boa vontade e civismo sempre se entende mesmo nas divergências. Os profissionais diplomados em oportunismo egocêntrico, sempre se apunhalam, mesmo quando em concordância. Como, infelizmente, tive de moderar os comentários, os últimos vão pentear macacos, para não fazerem mal à boa gente que por aqui anda.

Olha, meu caro, gostava de ver um cartoon teu. Não sei porquê, duvido do adjectivo com que lhe selaste a alusão....

Quanto à pintura, gostei de que tivesses gostado, ponto final, preto no branco, nem muito nem pouco. É honesto e branquinho....sobretudo obrigado pela ausência de palmas porque para além de despiciendo seria mais uma carga de coisas assim opostas ao que referi.

Quanto ao Amadeo, devo dizer-te que, sem prejuízo do que já disse e mantenho em relação à Arte do Sec. XX e que ficará um pouco mais explícito no texto que irei publicar hoje ou amanhã, é uma Personalidade que tem merecido muita da minha atenção e interesse.

Recordo vivamente a exposição dele que visitei na Gulbenkian, em 1987, onde estive quatro vezes, num total de bastantes horas. Devo dizer-te que talvez devido ao contexto e à época me deixou uma impressão mais forte do que esta última, apesar de me (nos, a minha M. Besuga estava comigo, claro) ter dado a oportunidade de ver as peças do Brancusi ali...

Seja como for, o Amadeo tem um percurso que entendo bem e aprecio. Garanto-te que isto não tem a ver com qualquer treta de estar políticamente correcto, coisa que já percebeste, para que me borrifo completamente. Foi um criador multifacetado. Tem trabalhos de fase inicial, ali por 1910/11, que são um mimo. Os galgos e as paisagens com pássaros. Os desenhos de 1912 são também excelentes. Um deles, "A caça ao veado" é exemplar. Depois, a partir daí começa a tomar outros caminhos. Mas nota, que em 1913 ele afirma. "Nada tem que ver a minha maneira de sentir e compreender com futuristas ou cubistas e se alguma coisa tem é a justificação precisa do contrário".No entanto como poderia ele, no meio em que se movia, com a sociedade e as companhias que tinha , evitar o percurso pelo cubismo e pelo expressionismo? Ainda assim assinou dos mais interessantes exemplos de cubismo português que ficaram. O Santa Rita futurista e tudo, mandou tudo à vida...enfim.
No fim é verdade essa estória de se ser mal-amado dentro de portas, mas nessa altura aquela malta do Orfeu escavacavam tudo, os manifestos do Almada, e no cocuruto do Dantas, etc, safaram-se (menos o Sá Carneiro, o Mário, que como o outro caíu das alturas, diferente, claro...) marcaram, deixaram, e dentro de portas, a gare da Rocha de Conde de Óbidos, aquela coisa magnífica com que convivemos na livraria do D.N., etc, etc....
Isto é tudo uma coisa que depende de onde a gente olha, mas há coisas que são mais verdae que outras, lá isso...

Vem sempre, meu amigo.

Aparece, comenta, diz mal, diz bem, o que te parecer...

Um abraço

antonior disse...

Olá, Fa menor!

Bem-vinda a este espaço!

De facto olhos diferentes, olham de forma diferente, mas defendo o símbolo na arte e a possibilidade de leituras progressiva. No entanto pretendo que o entendimento emocional seja acessível e não elitista como uma grande parte das ditas vanguardas pós-modernas.

No entanto, concordo, dependendo da nossa realidade, dos nossos conhecimentos e sensibilidades assim estamos "preparados" para "ver" o que está lá, e receber a comunicação que a nossa "bagagem" nos permite.

Venha sempre e comente não só as imagens mas também os textos, se quiser, concorde ou não. As ideias são para se trocar.

antonior disse...

Olá, Tais!

Agradeço-lhe a sua visita!

Tem razão, e é pena, neste caso...dificilmente se chegará algum dia a um olhar próximo. Tudo alinhado também não seria bom, mas o caos em que está o panorama, neste momento, é injusto e frustrante para muitos dos intervenientes, e a humanidade em geral fica privada de trabalhos bons que não têm exposição pública, porque os locais estão ocupados por coisas vazias, na menos má das hipóteses.

Também creio que falamos a mesma língua e, para brincar um pouco, direi que, brevemente, também escreveremos mais a mesma língua. O acordo ortográfico....afinal há coisas em que é fácil alinhar tudo, por decreto-lei....

Venha sempre e dê a sua opinião acerca dos assuntos. Será bem-vinda, claro.

Um abraço

antonior disse...

Olá, Kim!

Dou-lhe as boas vindas neste espaço.
Compreendo a sua sensibilidade assim emotiva na relação com a Arte. E é bela, sem dúvida. Deixa é espaço para alguns usarem de forma a criarem o caos em proveito próprio e em prejuízo dos apreciadores de arte que são a toda a hora expostos a objectos dispensáveis como se fossem obras primas.
Se todos se expressassem com a sinceridade que manifestou, então essa afirmação de que "Arte é tudo de que gostamos" poderia ser um axioma.

Obrigado pelas suas palavras.

Volte sempre, e, por favor, diga sempre o que pensa. Discorde, se for a sua opinião que será sempre bem recebido e considerado. Se concordar também, claro :-)

antonior disse...

Olá, Betty,

É verdade que se discute Arte há muito, mas, na verdade mais, muito mais desde o fim do século XIX.
Nas cavernas não se discutia. A Arte era aquilo, e pronto, não havia filosofias à volta da coisa. Sentia-se, fazia-se e pronto. Era utilitária...Talvez, não estive lá para ver, que eu me lembre....mas não devia ser muito longe disto.

Nos antigos Impérios também os modelos do que se fazia não deviam ter grande contestação e não apareceram assim vanguardas pós-modernistas, ou então não ficaram para a História, como é natural....

O mesmo se aplica ao período medieval, com a Arte gótica, na Renascença já começavam a vir à baila umas conversinhas, no Barroco e Rococó eram coversas de salão, mas continuaram a não ficar grandes vanguardas. Agora, no tempo que vivemos, sim, é mesmo a sério...

É verdade que os olhos que olham o trabalho executado, são uma parte fundamental do segredo e do mistério.....

Irei ver os trabalhos na galeria e não deixarei de comentar.

Fico a aguardar notícias do livro.

Beijinho

P.S. - Só espero que o Manet não esteja zangado comigo e esteja à espera para um duelo....

JOÃO SERÉM disse...

Pinto, vendo a pintura que faço sem ajudas, dou aulas de pintura há 7 anos, já vi muita pintura, já senti muita pintura. Não vou dizer que amo, não vou dizer que não gosto. Aprendi a perceber que o que cada autor expressa é seu, único. É aí que reside a chave. Tudo pode agradar depende só da maneira como se vê, se sente e se aceita. Conheço o António há muitos anos. Conheço o António autor há menos anos. Aceito o seu trabalho às lágrimas, é um trabalho profundo, O SEU! Obrigado e um abraço do João Serém e do João Baptista também.

Tais Luso de Carvalho disse...

Antonior:

Sobre sua pergunta, sobre meus trabalhos, acabei de postar algo sobre. Apreciaria sua visita.

Interessante essa sua observação quanto à moderação de comentários: é necessária, sim. Postei um trabalho sobre o que é arte, num outro blog do qual era cronista, e vi que os comentários precisam ser censurados uma vez que a Web tem opiniões múltiplas sobre tudo, e nem todos são democráticos. É lógico que a grande maioria concordou com meu ponto de vista, porém alguns ficam a desejar no quesito respeito; respeito à opinião contrária a sua. Por isso sou adepta à moderação. Só assim nossa opinião pode ser livre, infelizmente. Atacar não é bom pra ninguém, nem para os que atacam. Fica um clima horroroso, o que poderia ser um debate saudável.

Abraço, amigo!
tais

Bichodeconta disse...

Olá, confesso que não sou grande conhecedoura de arte, melhor, não sou grande conhecedoura de nada, tenho no entanto vontade em mim de conhecer e naturalmente dentro ou fora do conceito ARTE que como ambos sabemos é relativo..Há tantas formas de arte, e não podemos desvalorizar só porque nos desagrada.. Tenho aprendido ao longo dos anos r entendo o hoje muito do que anteriormente me passava despercebido..Cultiva-se o gosto e conhecimento pela arte, verdade? Se sim estou no bom caminho..E porque de afectos percebo eu, deixo aqui um mgrande abraço e beijinho aos tres.. Deixo também a promessa de voltar , de forma a poder beber de quem sabe, absorver e tornar-me mais conhecedoura.Bom final de semana.. Ell


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