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Este blogue é um espaço onde tento conjugar a divulgação do meu trabalho de pintura, através das publicações abertas a comentários, e a publicação de outras matérias na coluna lateral e nesta zona, ao alto da coluna principal.
Os assunto e conteúdos que aqui coloco, em paralelo com a pintura que faço, relacionam-se com as minhas opiniões e opções no exercício do acto de viver. Isso, como tudo, resulta de um compromisso entre livre-arbítrio e determinismo, de racionalismo e sensibilidade, de consciência e intuição, de ponderação e impulso.
Não será possível resumir neste espaço o meu pensamento acerca do mundo actual e do que é indispensável alterar para viabilizar um futuro, em que a nossa espécie assegure a sobrevivência da vida como a conhecemos, de uma forma que respeite a sua organização estrutural. Penso que em qualquer de nós tudo existe. A capacidade para fazer num sentido e no seu oposto. Cada um tem os seus conceitos de bem e de mal, se bem que há tendências mais universais. Para mim basta-me considerar por bem o que estabiliza, harmoniza, promove prazer e bem-estar, respeita e aceita e se constrói permanentemente na consciência da pertença a uma unidade global. A consciência do mal estará no extremo oposto. É uma forma simplista e não mais que um recurso para estabelecermos regras de conduta, para assumirmos a responsabilidade que os nossos recursos desmedidos para interferir no meio em que vivemos, nos confere.
A falta de um sistema político adequado para a gestão das sociedades que promova um papel social, de cada um, devidamente equilibrado no deve e haver, estabelecido no respeito sagrado pela dignidade de cada pessoa, é um sintoma de um mal que se avalia pelo exame da nossa História Universal. Se avaliarmos os registos da história política, das artes e do pensamento, verificamos que há um padrão de comportamento humano que é inerente à sua condição e que não tem mudado ao longo dos milénios. Depois vemos que tudo se repete, em ciclos. E verificamos que a velocidade das transformações evolui exponencialmente, porque tudo é um pulsar. A explosões sucedem-se retracções.
Neste momento não sabemos em que ponto estamos, mas sabemos que se não alterarmos o nosso comportamento, estaremos a construir uma destruição num apocalipse de dor e sofrimento em que a nossa arrogante inteligência fará a afirmação de ser a mais negra estupidez do Universo conhecido.
BASTA A POSSIBILIDADE DE INOCENTES SEREM CONDENADOS À MORTE PARA A ABOLIÇÃO SER IMPERATIVA
No passado dia 10 de Outubro foi o Dia Mundial pela Abolição da Pena de Morte. Duas semanas antes, a 25 de Setembro, o Brasil tinha-se tornado o 72º país a abolir a Pena de Morte do seu sistema penal, sem possibilidade de retrocesso.
Este é, ainda hoje, um tema polémico. Confrontados com a violência que espreita a esquina do quotidiano da pessoa mais serena e pacífica, e com a consciência que a divulgação mediática que existe dessa mesma violência muitos são os que apesar da sua boa personalidade cívica e humana, hesitam ou, nem por isso, antes apoiam a pena de morte como solução para conter e castigar os crimes que atingem inocentes.
Pessoalmente, expresso aqui uma opinião que assume uma série de implicações, pelo que não quero fazê-lo, sem fundamentar a minha posição e assumir a consciência desses fundamentos. Estou consciente do privilégio que representa nunca ter sido alvo de episódios de relevante violência. Consigo, talvez por defeito, mas quanto baste para entender o estado de espírito de quem sofreu sérias circunstâncias
de ofensas pesadas à sua integridade física, atentados ou até assassínios dos que lhe são próximos.Há casos e circunstâncias em que os ofendidos poderão encontrar argumentações que sustentem uma execução num caso específico. Há até casos de assassinos que querem morrer. Há muitos que até se suicidam no corredor da morte, seja pela incapacidade de lidar com a culpa ou com a desumanidade da tortura da espera. No entanto, há uma coisa de que todos temos de estar conscientes. Num determinado sistema penal há ou não há pena de morte. E temos de estar conscientes de uma outra coisa. Nenhuma lei que exista em qualquer país, para qualquer efeito, tem garantia de ser sempre exemplarmente aplicada. Os casos são julgados por pessoas e por elas são aplicadas as penas. As pessoas detêm poderes e têm interesses que, por vezes são difíceis de identificar até para os próprios porque estão nas esferas obscuras das ideologias e das afectações de carácter e que são determinantes nas decisões. Pesa, para mais, que a maioria dos locais onde a pena de morte ainda é aplicada, e onde é necessário que seja abolida, são aqueles onde os atropelos à isenta aplicação da lei são mais fáceis.
Não é defensável que estejamos vulneráveis à violência social. Sabemos que há seres humanos cuja monstruosidade de comportamento alimenta as vendas e audiências dos meios de comunicação com a evidência de que não terão a mínima viabilidade de recuperação. No entanto, defendo que as sociedades terão de encontrar métodos de prevenção e de regulação destes fenómenos que estão completamente associados à própria natureza humana e à forma como se gerem políticamente as sociedades. Acredito que um eficaz combate à miséria existencial e um sistema de educação humano e adequado resolverá uma grande parte do problema. A aplicação rigorosa dos direitos humanos, já reconhecidos, outra parte. Só que o que poderia ser fácil, não o é, e esse estado, demorará a ser atingido, se algum dia o for à escala global. Até lá, os crimes e as agressões continuarão. E a necessidade de lidar com eles, sem passar pela eliminação física do criminoso. Porque basta a possibilidade, em aberto, de um inocente condenado para inviabilizar que se possa manter uma lei que o permita. Nos Estados Unidos, onde ainda existe, como sabem, pena de morte nalguns estados, já se tem descoberto inocência, e conduzido à libertação de presos, numa espera que chega a durar 20 anos.
Perante estes factos só é possível defender a abolição da pena de morte, sem excepção do local geográfico, da natureza dos crimes, das características do criminoso ou do método de execução utilizado. É um princípio e um conceito a eliminar para atingir um mundo melhor.
Como nota final, registo o facto agradável de Portugal ter sido a vanguarda da abolição da Pena de Morte. Foi introduzida pela Reforma Penal de 1867, tornando-nos no primeiro país a aprovar uma lei desta natureza. Notável, para um país, em que em 1476, os registos reais dão conta daquilo a que chamam "uma lei mais humana" referente à decisão de D.Afonso V de proferir uma sentença em que só o marido podia matar a mulher culpada de crime de fugir ao marido, pecando-lhe na lei do casamento.
Nos dias de hoje, só a ganância do lucro, o desprezo pelo sofrimento alheio e a crueldade para com as outras formas de vida, explicam as experiências com animais em laboratório, para fins médicos, cosméticos ou outros. No total alheamento pela dignidade da vida e pelo seu carácter sagrado, animais dotados de consciência e sensibilidade elevadas são torturados com objectivos militares e científicos, por vezes durante anos a fio, passando existências inclassificáveis. A engenharia genética que tem sido, tantas vezes, usada em más direcções, providencia afinal os meios que permitem avançar a medicina sem o uso deste tipo de práticas, mas elas continuam a ser usadas.
Impõe-se que todos os que temos consciência do mal no exercício destas práticas cruéis e que com elas não queremos pactuar, nos informemos, de quais as empresas que comercializam produtos ou medicamentos resultantes destas experiências. Felizmente o mercado actual dá alternativas para se evitar um consumo que suporte essas actividades.
CLIQUE NA IMAGEM ACIMA E VISITE O SITE DA PEOPLE FOR ETHIC TREATMENT OF ANIMALS
Se tiver dificuldades com a língua inglesa faça uso da ferramenta de tradução do Google. Não é perfeita, mas permite-lhe ter uma ideia muito aproximada dos conteúdos.
NATUREZA
Mais um trabalho a pastel. O meu respeito e amor pelo sagrado na Natureza e por todos os seus seres e elementos. Ouso o sacrilégio de a ter imaginado como uma Gioconda negra e nua, sem sorriso, mas com uma paisagem outra, que não a de Leonardo. Ele que perdoará, onde estiver, porque o génio deve ser condescendente para as desajeitadas obras em si inspiradas. Brincar com quem está com os Deuses é uma forma de rezar.
Para esta pintura escrevi umas linhas que talvez sejam uns versos. Outra ousadia, pretender dizer algo que está no meu fundo, de forma ingénua. Como é o natural na Natureza. A métrica desordenada e anárquica serve uma intenção formal entre o popular e o kitsch. Que seja uma espécie de ladainha já me satisfaz.
NATUREZA
Pastel s/ papel - 50x65cm – 2009
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MIRABILE IN UTERUS
(poema singelo)
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A minha igreja
é sobre a terra ou sobre o mar
onde quer que eu esteja
se aí puder voar
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Não sei onde está Deus
nem o que me pode dar
pois os pecados meus
tenho eu de os perdoar
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Nunca aceitei um mestre
pátria, dono ou senhor
sou feito de massa agreste
só me entrego por amor
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Adorarei, doravante
o mundo da Natureza,
a Deusa, mãe e amante
o seu esplendor e beleza
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Nestas danças da vida
ao que já fui voltarei
no útero da Deusa querida
por fim repousarei
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No útero da Natureza
está escondido o Santo Graal
O Mistério de maior grandeza
não é mistério, é Natural.
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41 comentários:
O teu templo é a tua alma grande que de onde quer que seja abraça a natureza como que em jeito de amor maior.
Esse que se sente só em harmonia e plenitude connosco próprios.
És o teu próprio senhor o teu próprio dono e fazes a tua pátria na partilha dos sentidos com os que contigo aceitam comungar a vida desta maneira… singela… quase religiosa.
Privilegiada eu, senhora de mim dentro do meu próprio eu na plenitude do encontro contigo nos sentidos em que nos construímos no objectivo uno de juntos alcançarmos o Santo Graal e naturalmente nos entregarmos à terra mãe natureza no momento em que para isso formos destinados... chamados.
Mais este trabalho em pastel sobre papel reescreve em termos de conteúdo uma carta de intenções a que não sou indiferente. Amemos a natureza no seu estádio mais puro, mais intacto. Deixemos sossegados os seus Seres, a seu jeito.
Estes versos que apelidas de ladainha completam o propósito na perfeição, até pela leitura mais imediata da mensagem.
O meu respeito meu Amor
O meu beijo sempre na partilha do teu
Antonior amigo:
Gostei do quadro, gostei dos versos. Simples e verdadeiros. Oração de um seguidor da Natureza como eu. Senti-os muito fundo dentro de mim.
Beijinhos daqui para aí.
Aí está um Pintor que não conheço ainda, e um Homem que vou conhecendo aos poucos!
As Obras vou vendo por aqui, mas, cada quadro que nos apresenta, encerra em si, algo que não sei definir, mas sei sentir, e África, África é o meu ideal de vida, de mundo,de cores e sentires...porque vivi lá imensos anos, e nos melhores anos da minha vida que são quase sempre, na juventude...
Adorei as cores, a forma, o ser, há algo de magia neste quadro, há profundidade, descoberta e amor...
Um homem nunca se verga a outros homens, porque homem nenhum nasceu para ter o direito de mandar e tentar desviar um homem do seu verdadeiro rumo!...
Lindo, Parabéns ao Homem e ao Artista...
Anseio que chegue o dia de vos poder abraçar, e, como andamos numa de encontro aqui, encontro ali, quem sabe podeis ir a Tabuaço em breve. Beijinhos, muitos, a todos, laura.
Amigo.
Bela obra.
Desculpa-me não ter vindo antes. E por aqui andar rapidamente. Mas estou por demais de atrapalhada. Muito serviço em casa e muito serviço na profissão.
Só tenho o que agradecer ao meu Deus maravilhoso.
Deus abençoe a ti e Girassol.
Abraços
Miriam
Olá Antonior!
Ver os seus trabalhos aguça-me a vontade de procurar a tal caixa de pastéis!MAs tenho ainda outros afazeres a completar antes,ando de cabeça perdida a tentar domar um programa...mas devagar se vai ao longe.
Eu costumo dizer que os antigos que adoravam o Sol e a Natureza é que estavam certos.Há poucas semanas vi dois episódios de uma série que se chama O poder da Terra.Fiquei deslumbrada pois o planeta é-nos mostrado quase como se fosse um ser vivo e o relato é apaixonante,assim como as imagens.Acho que ia gostar e talvez até tenha visto pois acho que foi reposição.Só que eu vejo pouca TV e por vezes deixo passar coisas assim,programas que valem realmente a pena.
Os enquadramentos:eu limito-me mesmo a apontar e a disparar.Só que faço pelo menos meia dúzia de disparos e espero que pelo menos uma fique direitinha!!!Em duas fiz um crop e posso ter endireitado alguma mais torta no Photoshop.Mas só isso.A sério que é frustrante...Para colocar na net vai dando.E sempre fica o registo.
O Antonior é que devia fazer as legendas no Artsnack!Eu limito-me a colocar os links.Gostei de ler o que comentou acerca dos posts.Pois é, até tenho actualizado o blogue.Mas isso é só prova do meu fastio:faço muitos intervalos do estudo e deambulo pela net à procura de coisas mais inspiradoras!
Até à próxima!
Belinha
Esqueci-me e dizer que hesitei entre a fotografia ou o feltro da Susan Mills...é tudo muito interessante e mágico!!Ainda a propósito das fotos, criei um blogue onde vou colocar fotos antigas feitas com a máquina que tinha então.Chama-se Parapeitos.Se conseguir encaixar mais esse nas suas visitas!!:)Não são nada de especial,são apenas fotos de viajante.
Exótico e puro.Agreste ,colorido natural.
Sua pulsão artística é forte,envolvente.
Gosto muito.
com carinho,
Cris
Ao olhar tua obra, de imediato me veio na memória as imagens tão bem retratadas pelo fotógrafo Hans Sylvester, das tribos do Omo e a arte da pintura corporal desses povos. Para eles a arte está diretamente ligada a três importantes ferramentas que são os dedos, a velocidade com que a pintura e os arranjos todos são desenvolvidos e acabados, finalizados e a liberdade com que cada artista usa sua criatividade para a composição de cada obra onde o próprio corpo é a produção final.
No teu trabalho há uma busca pela linha espontânea, sem deixar de lado a naturalidade quase infantil, sem deixar também de ser contemporânea.
Parabéns e tudo de bom a voC~es dois!!!
Beijos!!!
Cris
Ah... Meu pé vai sendo consertado aos pouquinhos e ficará bom quando o verão chegar... A gripe também irá embora com o frio!!! Assim espero!!!
O mistério do sorriso da Gioconda aqui dissolvido entre os tons da Natureza exótica.
A figura feminina e o seu olhar contemplativo, observador.
A minha pátria é a floresta.
Um abraço Antonior e...
continue a encantar-nos com as suas cores e palavras belas.
eu gostei imenso antonior.
simultânea a força e a ingénuidade das origens.
as palavras também.
um beijo duplo
Caro Antonior,
Gostei muito de sua "Natureza", excelente pintura a pastel.
Também gostei do poema, que fala muito dessa procura de Deus, mas que, ao mesmo tempo diz que o poeta parece não precisar Dele para perdoar a si; o perdão virá dele mesmo.
Um abraço
Pedro.
Antonior
Venho, desta vez, para agradecer a sua visita e a gentileza das palavras.
E tendo entrado, quero dizer-lhe que tenho vindo a apreciar muito o seu trabalho. Já trabalhei muito a pastel, antes de outros materiais e técnicas me terem tomado o tempo e a imaginação, no entanto recordo com saudade o tempo em que sentia a cor e a textura do pó nas mãos.
Também as palavras que acompanham todos os trabalhos e em especial estas me deixam sempre uma sensação de complementaridade às imagens.
Assim seja por nós vista e amada a natureza. Somos uma parte viva de Gaya e com ela parte integrante das forças que regem o Universo.
Obrigada
Ana
Antonior,
Além de escrever com o coração, ainda pinta essas telas com a alma? Um verdadeiro artista, parabéns!
Noite de luz!
Rebeca
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Eu fico sem palavras quando as coisas são belas demais!! Beijos.
Todas as Giocondas são bonitas!
Mais uma vez fico encantada com o que faz e como diz o que faz. Esta giocando pulsa natureza e esta frui com as livres interpretações de cada um.
Parabéns também pela música que escolhe. Identifico-me muito.
Fernanda
Poeta e pintor ! Que sorte ter tantos dons !
A Gioconda africana embelezada com todas as belas cores da natureza é uma obra especial !
Quanto ao mistério... só quando deixar esta natureza é que entenderei. Mas não me preocupo porque acredito que é o mistério da Fé.
beijinhos
Verdinha
Antonior!
Que pintura maravilhosa tão bem acolitada por um poema não menos brilhante!
Um dia destes vou passar por aí.
Poucos, mas bons.
Abraço amigo
Acredito que em toda obra exista dois paradoxos - um completamente popular e outro extremamente pouco agradável.
Bela obra.
Abraços
Rafa
P.S.: Brincar com quem esta com os deuses é uma forma de rezar.
Oi Antonior!
Gostei mto dessa pintura em pastel, onde o grito da natureza nos abraça em forma de uma mulher negra que representa a mãe terra, mãe que trabalha, mãe que dá vida!
Cores fortes em seus vários tons, souberam captar a força de uma raça simplesmente representada por mãos que sabem criar. Parabéns!
Abraços.
Waleria Lima.
Minha querida Maria Besuga,
Em nós e à nossa volta os templos são, de facto, onde os quisermos. Uma árvore amiga em frente da porta por onde passas todos os dias é uma oportunidade de celebrares uma relação com o mistério da tua origem e do teu destino. Para rezares, basta falares com ela, que te ouve com os ouvidos de Deus. Temos templos disponíveis a todo o momento e circunstância. A nossa alma e o nosso corpo. Tão vulgar é que neles se não reze e não se trate sequer de assegurar a sua mínima conservação. O corpo deveria ser imaculadamente conservado para que a alma pudesse repousar na luz dele.
Agradeço-te a consideração de privilégio no encontro comigo, o entendimento de plenitude e a manifestação de respeito. De tanto não me sei merecedor pela consciência das insuficiências da minha prática. Como, no entanto, é uma exigência que me faço, caminhar no sentido de uma depuração espiritual, se um corpo para tanto durar, espero atingir maior merecimento.
O meu beijo no amor da partilha da vida.
Laura:
Bem vindas são essas palavras de entendimento e sensibilidade pelas pinturas que aqui vou colocando.
Assim se realiza a razão fundamental para a sua criação. O olhar e entendimento dos outros. A apropriação do seu conteúdo pela sensibilidade alheia.
Pelo correr do tempo e do espaço do caminho, certamente, nos cruzaremos todos, face a face. Esperemos que com brevidade.
Beijinhos
Amiga Maria:
"O Mistério de maior grandeza, não é mistério, é Natural."
E apenas isto pode ser tudo.
Apetece-me citar, um filósofo do sec. XIX, que talvez não estivesse certo, mas acredito que andava a "arranhar" no núcleo da verdade que o Mistério encerra. Ele, hoje, já "sabe"...
“A nossa vida é um episódio que perturba, sem nenhuma utilidade, a serenidade do nada“.
Arthur Schopenhauer
Beijinhos
Miriam:
É sempre agradável a tua visita.
Que bom esse nível de ocupação em que andas. Realizas o teu caminho no Serviço que prestas.
Que a luz de Deus te ilumine sempre.
Beijinhos
Belinha:
Pois procure os pastéis, adquira a informação básica disponível na net, para o seu uso, e ensaie. Sem pressões nem exigências. Faça experiências só com intenção lúdica. Traço livre e descontraído. Represente à vista coisas à sua frente, ou em fotografias. Use papel A3 ou maior. E faça isso sem deixar de se aplicar ao programa. Aprender uma aplicação de software não pode ocupar mais de 2 horas por dia, senão deixa de ser compensador. Diminui o rendimento a um ponto que mais vale fazer outra coisa. Claro que isto varia de pessoa para pessoa, mas mais ou menos serve para todos.
A Terra é um ser vivo. E de que maneira é vivo! Está em actividade permanente. Terá o seu próprio nível de consciência, em moldes diferentes da nossa, claro, decorrente do exercício dessa actividade.
Confirmando-se os disparos fotográficos "às cegas" então já atingiu um nível profissional nesse exercício. Há quem olhe pelo visor e não enquadre assim.
Continue com o Artsnack ao ritmo actual, se puder, que depressa terá um manancial de informação sobre artes visuais alternativas, que poderá divulgar, com um sucesso em que acredito. Essa divulgação é que deverá ser feita para os grupos com interesse específico pela área, como dizem as regras de comunicação.
Quanto ao seu novo blogue Parapeitos irei visitá-lo na próxima "ronda".
Até breve.
Cristina Siqueira,
Agradeço-lhe a apreciação sintética e objectiva e todas as palavras de apreço.
Até breve.
Cris,
Tens toda a razão. Esta pintura foi inspirada numa fotografia de Hans Sylvester feita aos Omo. É uma arte sublime e tocante.
Acredito que se nesta sociedade da floresta de betão e miserável divórcio da Natureza em que a maior parte do nosso mundo dito civilizado vive, existisse um tempo e um espaço para nos pintarmos e adornarmos com flores o mundo seria menos infeliz e essa terapia aliviaria muita da intolerância e indiferença que por cá grassa.
Todas as promessas desse caminho se perderam há quarenta anos atrás. Todas as flores acabam fatalmente por murchar e os hippies transformaram-se em yuppies...
Desejo que continues a melhorar.
Beijinhos
Susn,
O olhar contemplativo observa-nos a nós, seus observadores, num jogo de reciprocidade de atitude. Em frente dos seus olhos estão os seres que Desmond Morris definiu da seguinte forma:
"...um símio pelado que a si próprio se cognominou Homo sapiens. Esta insólita e próspera espécie passa grande parte do tempo a examinar as suas mais elevadas motivações, enquanto se aplica diligentemente a ignorar as motivações fundamentais."
Um abraço
Maré,
Na pureza imaculada das origens a ingenuidade de ser tem toda a força do mundo.
Obrigado pelo apreço.
Beijinhos
Caro Pedro,
Obrigado pela visita. É um prazer recebê-lo por cá.
A sua análise e resultante comentário sustentam uma das leituras possíveis ao excerto do poema onde disse:
"Não sei onde está Deus
nem o que me pode dar
pois os pecados meus
tenho eu de os perdoar"
Outra interpretação será a da perplexidade face ao Mistério, perante a necessidade de lidarmos com os nossos erros, com o conflito entre os actos impulsivos e a autocrítica decorrente da ponderação posterior em face das nossas convicções morais. Ao fim ao cabo do arrependimento que só encontra paliativo ou até cura no exercício da aceitação de si mesmo, no auto-perdão.
Um abraço.
Ana,
Bem-vinda a este espaço. Valorizo especialmente a sua presença em face dos conteúdos que tive oportunidade de apreciar no seu blogue. É revelador mencionar a recordação do pó do pastel nas mãos. De facto é uma experiência extremamente táctil que se prolonga pelo trabalho dos dedos sobre o papel a fundir e espalhar as cores, quase a moldar-lhe as formas.
Apreciei a alusão ao templo luminoso de Gautama Buddha, esse núcleo e espaço de nirvana.
Até breve.
Rebeca,
Obrigado pelas palavras.
Ambiciono a difícil harmonia entre o coração e a alma. Poder escrever, pintar, respirar, enfim viver sem qualquer conflito entre esses elementos de mim.
Retribuo os desejos de luz e também acrescento paz.
Paula,
A sua falta de palavras foi eloquente...
Agradeço-lhe isso, e não deixe de vir, com ou sem palavras. Ainda assim marque a presença, nem que seja com sinais de exclamação ou reticências...
Beijinhos
mfc,
É gratificante esse apreço pela beleza das Giocondas.
Sobretudo por ser o ícone da pintura que mais atentados tem sofrido por parte de alguma "arte" contemporânea.
Fernanda,
Fico grato pelas palavras com que aprecia os conteúdos que publico e pela análise que faz, específicamente, a esta pintura.
Quanto à música, uma vez que a acha interessante, sugiro que mantenha atenção a essa secção, porque tenho a intenção de lhe colocar novos elementos brevemente.
Até breve.
La Vie en Vert,
Obrigado pelas tão amáveis palavras, mas de facto penso que todos nós temos capacidades criativas. Uns exploram-nas outros não. Alguns possuem-nas, mas a vida é-lhes tão exigente em termos do exercício da sobrevivência que não lhes dá oportunidade. Outros vivem um contexto repressivo e nunca chegam a atingir a autoconfiança necessária para ir em frente. Há os que são apenas comodistas ou desprezam essas actividades. Há um drama imenso que é vivido por aqueles que sentem um intenso impulso criativo, mas nunca aprenderam a expressá-lo, na maravilha da originalidade individual, mergulham em imensos equívocos por decalcarem estereotipos das tendências do momento e vivem a frustração de perceberem a mediocridade do seu trabalho. Acredito que os que se dedicam a criar e conseguem ultrapassar os condicionalismo são tão multivalentes quanto as actividades a que o seu livre-arbítrio os levar a empreender. O dote é só um. A capacidade criativa. Uma combinação de conceptualidade original e organizada com o entendimento do adestramento técnico dentro das características expressivas do gesto de cada um, que é como uma impressão digital.
Quanto ao mistério...certamente que ao se mergulhar nele será entendido, seja o que for o entendimento, nessas circunstâncias.
Quanto à Fé, por muito que os dogmáticos digam o contrário, é feita de certezas. Eu tenho fé e certeza de que existe algo que me transcende para além dos limites do entendimento humano e que vive em cada um de nós e de todos os elementos que nos rodeiam neste imenso universo avaliado e ignorado. Esses são os contornos do Sagrado que me dá sentido espiritual à existência.
Beijinhos.
Kim,
Depois de tão agradável comentário resta aguardar pela tua passagem. Dirás, para se combinar.
Um grande abraço.
Rafa,
Como tudo o que criamos é uma representação das criações misteriosas da natureza e/ou das suas derivações ou mutações em tudo há um conflito entre dois polos, uma dialética entre opostos. De outra forma o trabalho de arte faz uma comunicação pobre em significado, porque não faz perguntas nem deixa espaço a reflexões.
Um abraço.
Waleria
É verdade, dentro do semblante contemplativo, oculta-se um grito abafado pela serenidade de aceitar o que se perde, em cada momento, da beleza do que é simples e genuíno, na imensa sabedoria do que é tido como primitivo.
Um abraço.
O que aqui se lê e vê está carregado de beleza.
A Natureza na sua essência, pela delicadeza e equilibrio...
Lídia,
Bem-vinda a este espaço!
Obrigado pelo apreço nas palavras.
Cumprimento-a pela sensibilidade que me dá a gratificante experiência de ver as minhas intenções conceptuais entendidas na sua essência. Cria-se para comunicar, para além das palavras.
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