Há muitos anos, mais de trinta seguramente, comprei num daqueles stands de alfarrabistas da feira do livro, onde se vendiam "a monte" livros por pouco dinheiro, um volume com os poemas de um autor que, na altura, desconhecia. Pura curiosidade permitida pelo custo mínimo do livro. O nome do poeta: Walt Whitman. Nesses meus vinte, vinte e poucos anos, li avidamente os poemas dessa figura ímpar. Desde aí, de tempos a tempos, vou relendo e relembrando alguns dos poemas que mais me marcaram. Por exemplo, "I sing the body electric" e este de que aqui coloco excertos "Song of the open road". Os poemas de Whitman oscilam entre simples três linhas e livros inteiros que são poemas. Dada a dimensão deste, aqui coloco, apenas partes que considerei mais relevantes, com a esperança de que alguém que não conheça se interesse por procurar mais. Peço a vossa boa vontade para as insuficiências que detectem na tradução. Whitman é particularmente difícil de traduzir, e eu fiz a tradução directa, de "rajada" e sem tempo nem espaço para a ponderação adequada. Coloco o poema no original, em inglês, e a minha tradução trapalhona.
Quanto ao retrato a pastel deveu-se à vontade de ensaiar o retrato de fisionomias fortes. Procurei uma fotografia deste poeta, que eu já conhecia, pela intensidade do significado da apresentação e pela bonomia no seu olhar. Por aquilo que valorizo num retrato. Neste caso, a possibilidade de se ver nele, no olhar e atitude do retratado aquilo que nos diz na poesia.
A canção da estrada larga
(extractos)
"A pé e de coração leve entro na estrada larga
Saudável, livre, o mundo à minha frente,
O longo caminho castanho leva-me onde eu quiser.
Daqui para a frente não peço boa sorte, eu sou a boa sorte,
Daqui para a frente não me queixarei mais, não adiarei mais, não precisarei de nada,
Acabarei com as reclamações domésticas, acumulações, críticas rabugentas,
Forte e pleno eu vou pela estrada larga
A Terra é quanto basta
Não quero constelações próximas,
Sei que estão muito bem onde estão
Sei que bastam aos que são seus.
(...)
A Terra que expande à direita e à esquerda,
A imagem viva, cada parte na sua melhor luz,
A música inundando onde é desejada, e calando-se onde não é,
A animadora voz da estrada pública, o fresco e alegre sentimento da estrada.
Autoestrada que eu percorro, por acaso me dizes: Não me deixes?
Dizes-me: - Não arrisques? Se me deixas, estás perdido?
Dizes-me: Estou preparada, bem batida, sem dúvida, escolhe-me?
Estrada pública, eu respondo: Não tenho medo de te deixar, mas amo-te,
Expressas-me melhor do que eu me posso expressar,
Tu serás mais, para mim, que o meu poema.
(...)
Este é o teste da sensatez,
A sensatez não é avaliada nas escolas,
A sensatez não pode ser passada de quem a tem para quem não a tem,
A sensatez é da Alma, não se pode provar, ela é a sua prova,
Aplica-se a todas as fases e objectos e qualidades e é conteúdo,
É a certeza da realidade e da imortalidade das coisas,
E a excelência das coisas;
Há alguma coisa que flutua no lado provocador das coisas
que está fora da Alma.
Agora reexamino filosofias e religiões,
Podem ser boa matéria para a sala de aulas, mas de nada servem
nas nuvens grandes nem através das paisagens e das correntes que passam.
Aqui é realização,
Aqui está um homem elevado - que entende o que tem em si,
O passado, o futuro, majestade, amor - se estiverem vazios de ti, estarás vazio deles.
(...)
Vamos! A estrada está à nossa frente!
É segura - já a experimentei - os meus pés já a ensaiaram bem - não te detenhas!
Deixa o papel por escrever sobre a secretária, e o livro por abrir na prateleira!
Deixa as ferramentas na oficina! Deixa o dinheiro ficar por ganhar!
Esquece a escola! Ignora o grito do professor!
Deixa o padre pregar no seu púlpito! Deixa o advogado litigar no tribunal e os juízes expor a lei.
Camarada, dou-te a minha mão!
Dou-te o meu amor mais precioso que o dinheiro,
Dou-me para ti acima dos sermões e da lei;
Entregas-me o que és? Vens viajar comigo?
Ficaremos juntos enquanto vivermos?"
Walt Whitman
Pastel s/ papel - 40x60cm - 2009
Song of the Open Road
(excerpts)
Afoot and light-hearted I take to the open road,
Healthy, free, the world before me,
The long brown path before me leading wherever I choose.
Henceforth I ask not good-fortune, I myself am good-fortune,
Henceforth I whimper no more, postpone no more, need nothing,
Done with indoor complaints, libraries, querulous criticisms,
Strong and content I travel the open road.
The earth, that is sufficient,
I do not want the constellations any nearer,
I know they are very well where they are,
I know they suffice for those who belong to them.
(...)
The earth expanding right hand and left hand,
The picture alive, every part in its best light,
The music falling in where it is wanted, and stopping where it is
not wanted,
The cheerful voice of the public road, the gay fresh sentiment of the road.
O highway I travel, do you say to me Do not leave me?
Do you say Venture not-if you leave me you are lost?
Do you say I am already prepared, I am well-beaten and undenied,
adhere to me?
O public road, I say back I am not afraid to leave you, yet I love you,
You express me better than I can express myself,
You shall be more to me than my poem.
(...)
Here is the test of wisdom,
Wisdom is not finally tested in schools,
Wisdom cannot be pass'd from one having it to another not having it,
Wisdom is of the soul, is not susceptible of proof, is its own proof,
Applies to all stages and objects and qualities and is content,
Is the certainty of the reality and immortality of things, and the
excellence of things;
Something there is in the float of the sight of things that provokes
it out of the soul.
Now I re-examine philosophies and religions,
They may prove well in lecture-rooms, yet not prove at all under the
spacious clouds and along the landscape and flowing currents.
Here is realization,
Here is a man tallied-he realizes here what he has in him,
The past, the future, majesty, love-if they are vacant of you, you
are vacant of them.
(...)
Allons! the road is before us!
It is safe-I have tried it-my own feet have tried it well-be not
detain'd!
Let the paper remain on the desk unwritten, and the book on the
shelf unopen'd!
Let the tools remain in the workshop! let the money remain unearn'd!
Let the school stand! mind not the cry of the teacher!
Let the preacher preach in his pulpit! let the lawyer plead in the
court, and the judge expound the law.
Camerado, I give you my hand!
I give you my love more precious than money,
I give you myself before preaching or law;
Will you give me yourself? will you come travel with me?
Shall we stick by each other as long as we live?
Walt Whitman
49 comentários:
No retrato consegues deixar transparecer a alma do poeta além da bonomia no olhar, característica, aliás, dessa alma ingénua e simples.
De resto, nem de propósito… este é um poema que fala de caminhos largos. Horizontes longe…
Nas palavras poema, Whitman eleva o Homem pela sua natureza força, sempre celebrando o tempo adiante.
Não por acaso largamente enunciado no filme “Sociedade dos Poetas Mortos”, o poeta “dá” muitas das palavras que ajudam a passar a mensagem de que precisamos aprender a pensar a partir de formas de pensamento construídas por nós próprios.
Fazem todo o sentido as palavras de Whitman dando sentido ao “apelo” de que a vida é para ser comandada por nós, para a gozarmos vivendo-a em pleno. Temos essa obrigação por ela, a vida, ser tão preciosa mas tão breve.
Deixo excertos de um outro poema de Whitman numa tradução de Rodrigo Garcia Lopes para uma obra editada em São Paulo.
“Canção de mim mesmo
Eu celebro a mim mesmo
E o que eu assumo você vai assumir,
Pois cada átomo que pertence a mim pertence a você.
Vadio e convido minha alma,
Me deito e vadio à vontade… observando uma lâmina de grama do verão.
(…)
Uma criança disse, O que é a relva? trazendo um tufo em suas mãos;
O que dizer a ela?.... sei tanto quanto ela o que é a relva.
Vai ver é a bandeira do meu estado de espírito, tecida de uma substância de esperança verde.
(…)
Sou o poeta do corpo,
E sou o poeta da alma.
Os prazeres do céu estão comigo, os pesares do inferno estão comigo.
Aqueles, enxerto e faço crescer em mim mesmo.... estes, traduzo numa nova língua.
Sou o poeta da mulher tanto quanto do homem,
E digo que é tão bom ser mulher quanto ser homem,
E digo que não há nada maior que a mãe dos homens.
(…)
Não tenho cátedra, igreja, nem filosofia
Não conduzo ninguém à mesa de jantar ou à biblioteca ou à bolsa de valores,
Mas conduzo a uma colina cada homem e mulher entre vocês,
Minha mão esquerda enlaça sua cintura,
Minha mão direita aponta paisagens de continentes, e a estrada pública.
Nem eu nem ninguém vai percorrer essa estrada pra você,
Você tem que percorrê-la sozinho.
Não é tão longe assim.... está ao seu alcance,
Talvez você tenha andado nela a vida toda e não sabia,
Talvez a estrada esteja em toda parte sobre a água e sobre a terra.
Pegue sua bagagem, eu pego a minha, vamos em frente;
Toparemos com cidades maravilhosas e nações livres no caminho.
Se você se cansar, entrega os fardos, descansa a mão macia em meu quadril,
E quando for a hora você fará o mesmo por mim;
Pois depois de partir não vamos mais parar.”
BeijAmor em ti, sempre.
Eis mais uma pessoa que teve o blogue aberto a todos durante quase 3 anos, e, embora alguns comentários feios, mas poucos, continuei, só agora quando começou a incomodar, tranquei-o e tem de ser assim. Gostei da frase que a pessoa se estava a ver ao espelho ao escrever o que escreveu. É isso mesmo.
Não tenho saberes e cultura para responder ao poema de tão sábio Poeta, uma coisa é certa; diz para que sigamos o nosso caminho, que abandonemos o que nos faz infelizes, que , e muitos ques!...ques que eu nem questionaria se estivesse em condições de poder voar sozinha! Mas, a vida nos dias de hoje já não é como naquele tempo! Adorei ler a tradução, embora saiba ler mais ou menos em Inglês, em Português entendi melhor.
O retrato, ai o retrato fiel ou não, mas o retrato de um homem cansado de palmilhar a estrada e de lutar contra a vida, a vida que nos ensinaram a viver à maneira deles, daqueles que tinham a pretensão de que nos poderiam ensinar alguma coisa. Pena que quase todos seguimos o ensinamento e vivemos a vida de uma forma que nem é boa, nem nada nos ensina!...
Precisamos de mudanças, mudanças mesmo drásticas. Eu própria já me sinto cansada desta forma de vida, uma vida que é uma utopia e não me conduz a nada! Quem sabe, arranjo forças e deito-me à estrada, a estrada que através do pensamento, me poderá levar por melhores caminhos!...
Belissima Pintura, que olhar mais profundo, ternurento e cheio de vida.
Um beijinho meu querido amigo, Pintor, o Pintor da Maria!... Laura.
Antonior
vim agradecer a visita e dizer que fiquei maravilhada com o pastel e com o olhar... Se eu fosse capaz de pintar assim...era mesmo pintora
acredita...
obrigada pela visita . deixei lá a resposta
um beijinho para os dois...
Adorei!
Como é confortante a velhice quando expressa na arte. Traços rudes, mas tão vivos na beleza da bondade.
Whitman, bom: captain, oh, my captain!
Abraços
Rafa
A sensatez é o que nos permite gostarmos de nós...
Um fio de música na sua pintura
Bem-vindo ao meu mar
a Maioridade de Whitman...que não é de todo fácil mas um ícone do Pensamento.
grata por tamanha generosidade posta na tela. olhos sábios e alma que o tempo não desfez.
belíssmo. Antonior.
beijo. (duplo)
eu gostei muito de conhecer, o pintor, o tradutor
.
.
.
Conheço pouco de Whitman
e o pouco que conheço foi-me emprestado por uma amiga, que estava de férias, há alguns anos, e o levou de volta até à Bélgica.
Obrigado, também pela visita.
Voltarei, de certeza.
Deixo um beijo aos dois
Olá!Obrigada pela sua visita!O Artsnack está um pouco parado,devia ter continuado a actualizar posts e links pois queria que ele fosse um banco de recursos!
Não ligue a quem lhe deixa comentários idiotas ou futeis.São pessoas que não têm carácter e que não merecem sequer fazê-lo aborrecer-se.
Bom Domingo!
Antonior!...
Além de agradecer a visita e o carinhoso comentário, quero agradecer também por me proporcionar ler coisas tão lindas!
Os poemas são lindos...me encantaram e com certeza voltarei sempre aqui.
A pintura do retrato tá perfeita!...Que sensibilidade no olhar!...
Quanto aos comentários maldosos, aconteceu comigo também...mas não estrago meu dia por isso, apenas tive que moderar para evitar aborrecimentos futuros.
Que lhe dizer?
Deixou-me de boca aberta a contemplar, simplesmente!
Caro Antonior;
Obrigado por aqui dar espaço a um grande senhor da poesia e das letras em geral que foi Walt Whitman. Aprendi a ler Whitman no Brasil, onde as suas obras eram traduzidas e apreciadas. O primeiro livro de poesias que li de Whitman foi num momento de estudos para os exames na biblioteca do Liceu de Artes e Ofícios e querendo me repousar peguei na estante um livro de poemas que por coincidência era de Walt Whitman. Li, gostei e fiquei fã...
O pastel é impressionante pela intensidade do olhar.
Parabéns e obrigado, Antonior.
Um abraço
Osvaldo
Antonior:
Deu-me vontade de tocar os rostos, para ver se tinham calor, tão vivos estão.
Soberba a tradução.
Beijinhos de cá para aí
__________________________________
Magnífico o texto! Leva-nos a pensar e refletir sobre as palavras, pois nada mais são os nossos conceitos, que meras palavras...
Sensatez... Essa também muda em suas varias moradas...
O retrato é muito bom! Os olhos estão vivos...
Beijos de luz e um dia feliz!
_________________________________
E passou o teste da sensatez.
Aceito o convite para entrar na estrada dentro...
Um belo retrato cujos olhos são ricos em sentimentos !
Beijinhos verdinhos
Bonito trabalho, António. Seu desenho está perfeito, a tradução é muito boa. Estamos de parabéns, você e nós, seus leitores.
Um grande abraço e até breve.
Olá, passei para agradecer a visita e dizer que gostei deste espaço.
Foi um prazer visitá-lo. Tirando a confusão em que me enrodilhei com os " usuários on line ", no cimo do texto, que pensei, erradamente, serem o espaço para eu comentar, foi com prazer que o li e constatei que coisas temos em comum. Não só a música, que ao de leve espiolhei, mas outras janelas que salpicam da leitura do que vai escrevendo e finalmente o Walt Witman, poeta enorme, da minha predilecção, que já foi convidado do meu blogue. A Canção da Estrada Larga é uma das canções que gosto de cantar nos espaços desimpedidos da minha vida.Foi bom. Até breve, que me vou para umas mini-férias. Um abraço. E obrigado pelas visitas com que me tem mimoseado.
"O clube dos poetas mortos" um filme marcante. Um filme que me marcou e que agora revi nesta evocação de Whitman.
Associação livre de boa memória
Obrigada
:))
vou passando ...
atentamente
iv
One Art
The art of losing isn't hard to master;
so many things seem filled with the intent
to be lost that their loss is no disaster,
Lose something every day. Accept the fluster
of lost door keys, the hour badly spent.
The art of losing isn't hard to master.
Then practice losing farther, losing faster:
places, and names, and where it was you meant
to travel. None of these will bring disaster.
I lost my mother's watch. And look! my last, or
next-to-last, of three beloved houses went.
The art of losing isn't hard to master.
I lost two cities, lovely ones. And, vaster,
some realms I owned, two rivers, a continent.
I miss them, but it wasn't a disaster.
-- Even losing you (the joking voice, a gesture
I love) I shan't have lied. It's evident
the art of losing's not too hard to master
though it may look like (Write it!) a disaster.
Elizabeth Bishop
Gostei d conhecer este espaço
Gosto fundamentalmente do olhar - que é o que mais me chama atenção sempre que se trata de olhos humanos - e do chapéu... Adoro retratos e quando o retratado já possui idade avançada, torna-se bem complexo que a obra não se torne caricata. Parabéns, pois a figura está tranquila e tal e qual como numa fotografia.
E eu, quebrei meu pé e ainda continuo de repouso e sentindo bastante dor, mas o pior mesmo é a onda de casos graves da gripe tipo A ou suína, que invadiu o sul do Brasil, vinda da Argentina, onde os casos são muito e bem grave a situação. Aqui estamos nos cuidado como é possível e evitando sair de caso, mas nem sempre isso é possível e então vale o máximo de cuidados, pois a gripe em si é como as outras, mas as complicações advindas dela, são certamente muito mais graves e coloca a vida de todos em risco. A pneumonia dessa gripe é tão forte que em basta 3 dias para o quadro tornar-se irreversível e portanto todo cuidado é pouco.
Espero que vocês estejam bem e longe das pandemias!!!
Beijinhos e até mais!!!
Cris
Esqueci de te perguntar... O giz pastel usado nas tuas obras são a óleo ou do tipo seco???
Curiosidade, apenas...
Beijos!!!
Cris
Querida Maria Besuga,
Penso que publicaste o maior comentário que já recebi neste espaço.
Não é grande apenas na quantidade de texto, mas também no que demonstra da atenção que deste ao post e da análise que fizeste ao conteúdo.
Esse empenhamento e sensibilidade revela-se no poema com que nos brindaste e que te agradeço.
Um beijo com amor.
Laura,
A propósito do poema e do teu comentário, digo-te o seguinte:
- A questão de em qualquer momento, dar novo rumo à vida, por muito que pareça, não depende do tempo ou época que se vive ou do contexto em que os acontecimentos se processam. Depende apenas e tão só da personalidade e livre-arbítrio do indivíduo em face do dilema. Entre as necessidades básicas do ser humano encontra-se a segurança. Qualquer mudança do estado em que se vive, mesmo que negativo, é um salto do conhecido que bem ou mal, se conhece e se avalia para um desconhecido que abala essa segurança. Logo há sempre uma resistência. E quando se muda, sempre se perde alguma coisa, pelo menos no plano material. E nem sempre se percebe, que nesse campo, muitas vezes perder é ganhar.E na incerteza de atingir o que se gostaria de ganhar, a maior parte dos indíviduos arrasta a situação negativa em que se encontra, mas outros não pensam duas vezes e vão em frente, tentativa após tentativa, até acertarem ou se consumirem a tentar.
Um beijinho
Lili,
Agradeço-te o elogio, mas o trabalho que fazes tem o mérito de não permitir que ponhas em causa o facto de seres uma pintora e uma artesã de artes multifacetadas...
acredita...
Beijinho
Rebeca e Jota cê
Obrigado pela visita e pela palavra de apreço
Rafa,
Tudo na vida é composto por opostos que se sustentam.
Todas as fases da vida são compostas de belezas específicas e de fealdades também. A velhice não é, nem poderia ser, excepção. Só que nós quando a representamos damos apenas uma das partes por opção ou por incapacidade.
Esta visão é apenas uma realidade de muitas realidades. Há quem veja tudo feio, quem veja tudo belo e quem distribua os polos em diversos graus. Essa é uma das belezas da vida e também uma das suas dificuldades... :-)
Abraço
mfc,
Sim, é não só sensato, mas indispensável gostarmos de nós para podermos viver. Se isso não suceder o mal-estar, leva-nos a odiar o acto de existir, tudo o que nos rodeia, e para além do mal que faremos seremos consumidos por esse sentimento até à auto-aniquilação, de uma forma ou de outra.
Mar Arável,
Obrigado pela visita e pelas palavras. Agrada-me muito que se encontre música nestas pinturas.
Votos de boas marés.
Isabel,
Sou eu grato pela palavra "belíssimo" que é mais merecida na memória de Whitman que no retrato que aqui mostrei. Mas a parte que para a pintura sobra e que por si se expressa é bem acolhida, claro.
Um beijo. (nosso)
maré,
Obrigado pela visita e pelas palavras.
Se tem facilidade com a língua inglesa e tem interesse em conhecer melhor Whitman, o projecto Gutenberg, tem disponível para download grátis a maioria da sua obra .
http://www.gutenberg.org/browse/authors/w#a600
Um beijo dos dois.
Belinha,
O Artsnack é útil ainda assim, mas se fosse enriquecido regularmente poderia tornar-se numa referência.....
Votos de que isso suceda.
Carmen,
Agradeço as palavras e sobretudo agrada-me muito o facto de ter encontrado, neste espaço, motivos de interesse, como expressa no que diz e no facto de ter enriquecido a lista de seguidores.
Fá menor,
São compensadoras essas palavras para mim, que entendo o acto contemplativo como uma terapia para os males dos tempos que correm...
Olá, Osvaldo,
Seja bem-vindo neste espaço.
Dá-me uma grande satisfação que compartilhe este apreço pela poesia de Whitman.
Para além disso é gratificante que se tenha impressionado com o olhar do retrato que fiz.
Um abraço e até breve.
Maria,
Que palavras generosas...
Beijinhos
Mundo Azul,
Pois não sei....os nossos conceitos são ideias, conjugações de compromisso entre elementos que vivem entre a realidade colectiva e a individual e que no momento de se expressarem usam a ferramenta das palavras. Como a linguagem, escrita ou falada é, como ferramenta, deficiente, porque tem demasiado espaço para equívocos e mal-entendidos, o problema é complexo. Para ultrapassar isso alguns pintam, para expressar o que as palavras não conseguem, através de simbolismos vários, numa semiótica que cria outro tipo de questões e complexidades. Outros ainda assumem a palavra na sua multiplicidade de significados e correm os riscos de com elas dançarem, sobre um fino fio, sem rede protecção. São os poetas. Assim passam conceitos.
Beijinhos
La Vie en Vert,
Sim, Whitman passou o seu teste de sensatez, que é um conceito subjectivo, que se prova mais pelos resultados do que pela prática ou retórica.
A estrada é uma estrada pública em que vai um imenso grupo. Uns desistem e param num ponto, outros enveredam por ramais sem saída....
Um retrato deve deixar ver a alma e como os olhos "são o espelho da alma" é bom saber que os viu assim.
Beijinhos
Dade Amorim,
Muito obrigado pelas palavras de apreço.
Retribuo o abraço.
Ana Paula Motta,
Fico satisfeito que o espaço lhe tenha agradado. Venha sempre que queira. Será bem-vinda.
Olá, o retrato está maravilhoso.Aqueles olhos têm mil histórias para contar. Magnífico. Muitos parabéns.
Um abraço aos 3.
Anabela FC
Eduardo Aleixo,
Receber a sua visita foi igualmente agradável. É gratificante a hipótese de contar com a troca de ideias com alguém com que se compartilha preferências e opções, como é o caso da música e de outras coisas que refere.
Desejo umas boas férias, mesmo curtas. A qualidade é mais importante que a quantidade.
Um abraço para si.
Isabel Victor,
Bem-vinda a este espaço.
"O clube dos poetas mortos" é de facto um filme memorável.
Passe por cá, sempre que desejar.
Obrigado pelo poema "one art". Um ar oriental cruza um sentir ocidental. Uma forma zen de lidar com a perda. A solução através da estética do despojamento, material e emocional. Excelente Elizabeth Bishop.
Até breve.
HFM,
Bem-vinda a este espaço.
Como gostou de cá passar, venha sempre que quiser.
Cris,
Lamento o teu acidente com o pé. Desejo que recuperes bem e com brevidade.
A gripe A é um problema à escala mundial, pelo que aqui também não estamos resguardados. No entanto até agora, as coisas não assumiram proporções calamitosas. Aparecem casos isolados, até aqui na zona em que estamos a viver, mas são isolados e, aparentemente, os serviços de saúde vão controlando as coisas. Veremos a evolução da situação.
Quanto ao comentário acerca do retrato do poeta. Para além do apreço que tenho pelo trabalho dele, escolhi-o também pela sua fisionomia. Por uma bondade que vive nos olhos que iluminam a face enrugada e barbuda.
No respeitante à tua pergunta que concerne ao aspecto técnico do pastel usado. Uso os dois tipos, em técnica mista. O pastel de óleo para as grandes zonas e efeitos matéricos e o seco para detalhes e estrutura do desenho.
Beijinhos
Anabela,
Bem-vinda a esta página de comentários.
Como disse já numa resposta acima, diz-se que os olhos são o espelho da alma e Whitman tinha uma grande alma que, pelo que vemos, ainda anda por aqui, de volta de nós, e espero seja imortal aqui e onde quer que ande mais.
Obrigado pelas palavras de apreciação.
Abraço nosso também para vocês.
Muito obrigado Antonior, pelo endereço.
Beijos duplicados
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